Vídeo: Escritor critica reducionismo ocidental na interpretação da cultura africana
Abiola Akande Yayi foi um dos convidados desta semana do podcast Podomblé, da FB Comunicação
Foto: Farol da Bahia
O escritor, poeta e palestrante, Abiola Akande Yay, falou, no último episódio do podcast Podomblé, produção da FB Comunicação, sobre as línguas africanos e como os seus termos têm seu sentido modificado pelo “ocidente”. Abiola usa como exemplo o termo vodum, que segundo ele, foi “divulgado” de uma forma que levou as pessoas a terem uma visão sobre o termo, sem saberem o real significado.
“Quando fala Vodum, o que está impresso na cabeça de muita gente no Brasil e no mundo afora, são essas imagens, dessas bonequinhas que Hollywood ficou divulgando durante muito tempo sem saber o que é. Primeiro que sempre, o ocidente tem que reduzir a nossa cultura há uma coisa. Ele que faz o reducionismo, mas aí depois todo mundo considera que é o reducionismo dele que é verdade,” afirma o escritor.
Ele esclarece que o termo significa ficar “à vontade para extrair do universo o que tem de bom”.
“Mas o termo ‘vodum’, por exemplo, vem de ‘vô’ ‘bo’ ‘dun’. Que significa o quê? ‘Vô’ é fique à vontade para. E esse termo que vem de vivô, que é felicidade, tranquilidade, paz. A gente fala ‘vô’ ‘bo’ ‘dun’, que significa, fique à vontade para extrair do universo o que tem de bom. Então, ‘vodum' vem dessa compreensão de que vivemos num universo que é abundante e que nós precisamos cultuar o que tem de bom dentro desse universo. Nós precisamos ficar à vontade para extrair o que há de bom,” acrescentou.
O episódio desta semana do Podomblé, apresentado por Adriano Azevedo, teve como tema "Línguas Africanas: a comunicação utilizada dentro dos Terreiros de Candomblé".
Além de Abiola Akande Yay, o programa teve como convidados, a especialista em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, Taină de Santana Cardoso; e o Membro do Grupo de Pesquisa Yorubantu: epistemologias Yorùbá e Bantu nos estudos literários, linguísticos e culturais, Adinelson Farias de Souza Filho - Akànbí Ode.
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