Vídeo: Fávaro insiste em leilão de arroz para garantir estoque e não descarta retorno de Geller
Ministro da Agricultura foi à Câmara para dar detalhes da importação do grão
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
BRASÍLIA -- O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o governo Lula tem o compromisso de garantir um estoque de arroz e, por consequência, uma estabilidade no valor do produto. Em entrevista nesta quarta-feira (19), Fávaro ressaltou que o Planalto não desistiu de fazer um leilão para importação do grão.
A declaração foi dada depois da participação do ministro na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, para explicar sobre os estoques públicos de arroz e a necessidade de importação.
"Vai ter leilão. É um compromisso do governo do presidente Lula que a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] cumpra o seu papel de ter estoques mínimos para poder atuar, combater especulação, combater intempéries climáticos", disse o ministro.
De acordo com Fávaro, garantir estoque de produtos é uma medida que já se mostrou eficiente durante o governo Lula 3. "Com relação ao milho, por exemplo, nós chegamos ao governo em 2023 numa seca sem precedentes no Rio Grande do Sul, não tinha um quilo de milho para fornecer aos produtores gaúchos em março do ano passado. Logo adiante, o preço do milho caiu abaixo do preço mínimo no Centro Oeste Brasileiro. O governo deu suporte dentro do Programa Nacional de Garantia do Preço Mínimo, deu suporte e comprou, não muito, 370 mil toneladas de milho e estabilizou o preço", lembrou.
Fávaro afirmou que o estoque de milho do ano passado foi importante durante a seca em Minas Gerais, quando o preço do produto subiu, mas a Conab conseguiu oferecer com um valor menor aos produtores.
"Em hipótese alguma o governo quer afrontar os produtores, em hipótese alguma. Parece que está ficando maçante isso já, mas a Conab precisa ter estoque de arroz, um pouco de arroz, tem que ter de feijão, tem que ter um pouco de milho, para que em momentos de especulação ou de intempéries climáticos ela possa oferecer e garantir a estabilidade. Por isso nós vamos comprar um pouco de arroz", garantiu o ministro.
Possível retorno de Neri Geller
Durante a entrevista, Fávaro não descartou a possibilidade de Neri Geller retornar ao cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Ele foi demitido depois que o leilão de arroz foi anulado por supostas irregularidades.
Um ex-assessor de Geller, que é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. É apontado um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência, mas ele nega.
O ministro pontuou que a decisão sobre um possível retorno de Geller ao cargo cabe ao presidente Lula, mas explicou que existe, da parte do governo, "um total apoio à investigação, à transparência e ao relato dos fatos". "Feito isso, não constatando nada, e eu tenho a minha convicção pessoal que não será encontrado nada, nada impede do Neri voltar ao governo, mas não tem nenhuma condicionante a isso", finalizou.
Assista declaração:
