Vídeo: Marta Rodrigues critica postura de Bruno Reis diante da greve dos professores: "falta diálogo"
Profissionais da educação municipal pararam as atividades no dia 6 deste mês e pedem pelo pagamento do piso salarial

Foto: Farol da Bahia
A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou a postura do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), nas tratativas sobre as reivindicações dos professores municipais, em greve pelo piso salarial desde o dia 6 de maio.
Segundo Marta, o gestor se recusa a dialogar com os profissionais e age com indiferença, mesmo após os confrontos ocorridos na Câmara de Vereadores, no último dia 22, quando a proposta de reajuste foi votada sob protesto da categoria.
“Ele tinha que estar chamando para negociar, ver como vai ser, mas é o contrário que ele faz, ele acaba agredindo ainda mais. E a greve continua. A mobilização é para sensibilizar para o diálogo e o prefeito rever tudo isso que foi construído, da forma como foi, e sem dialogar”, disse Marta nesta quinta-feira (29), em conversa com jornalistas. Veja vídeo:
A parlamentar revelou ainda que questionou a Secretária da Fazenda de Salvador, Giovanna Victer, sobre estudos referentes aos impactos financeiros das reivindicações dos professores, mas não chegou a ter uma devolutiva dos dados.
“A categoria esteve sempre aberta a entender o orçamento e ontem a secretária apresentou o primeiro quadrimestre, eu perguntei para ela qual o impacto que ela tinha do estudo sobre o piso e a questão do aumento dos servidores. Ela disse que naquele momento não tinha e que ia preparar e nos enviar. Então isso mostra que tem que dialogar, as secretarias da fazenda, educação, saúde, gestão. Falta o diálogo, isso é muito ruim, quando uma gestão se nega e não promove esse diálogo com os envolvidos que constroem essa cidade, porque quem cuida e trata da cidade são os servidores”.
Os professores exigem o cumprimento da Lei do Piso do Magistério, além da valorização dos profissionais e melhorias nas escolas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), o pagamento integral do piso nacional do magistério está defasado em mais de 58% na capital baiana.
A proposta aprovada na Câmara prevê reajuste de 9,25% para professores de Nível 1/Referência A; 6,65% para Nível 1/Referência B; 6,27% para o quadro suplementar do magistério público; e 4,83% para os demais servidores municipais. No entanto, a proposta não equvale ao piso salarial, previsto em R$ 4.867,77, e por isso os professores seguem em greve.
Na última terça-feira (27), os servidores municipais da cidade se juntaram à greve pelo mesmo motivo: campanha salarial. Segundo o Sindicato dos Servidores e Servidoras da Prefeitura de Salvador (Sindseps), entre 22 e 28 mil trabalhadores aderem a paralisação, que engloba funcionários como agentes da saúde, guardas municipais e agentes da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador).
A categoria afirma que vai cumprir a legislação e 60% dos servidores seguirão no trabalho para manter os serviços essenciais.
'Sumiço' de Bruno Reis
O prefeito realizou uma coletiva de imprensa na terça, após dias sem se pronunciar sobre os últimos episódios envolvendo a categoria da educação. Desde a confusão na Câmara, Bruno Reis se ausentou das redes sociais e da agenda pública, levantando críticas da oposição, que o acusa de covardia e o responsabiliza pelos ocorridos na última semana.
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