Vídeo: Personalidades comentam sobre assédio do bloco As Muquiranas no Carnaval de Salvador
Vídeo que circula nas redes sociais mostra os foliões cercando uma mulher que participava do bloco
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Foliões do bloco As Muquiranas, protagonizaram uma cena de horror na tarde da última terça-feira (21), durante a passagem do bloco no circuito Osmar no Campo Grande, em Salvador. Em um vídeo é possível ver o momento em que uma mulher é cercada por Muquiranas, que utilizavam armas de água.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia, a vereadora Marta Rodrigues (PT) repudiou o episódio. Para a vereadora, é preciso que medidas rígidas sejam tomadas para que casos como os que vem sendo relatados não voltem a acontecer no próximo carnaval.
"É inadmissível que a gente tenha que assistir a repetição destas cenas grotescas e absurdas em todo Carnaval", disse.
"Estamos cansadas de tanto machismo, misoginia e lgbtfobia que presenciamos e somos vítimas por associados deste bloco. Isso não é cultura, não é tradição na festa que deveria ser de paz, diversão e respeito. O Bloco precisa tomar uma postura em relação a isso, orientar seus associados, fiscalizar, ou então tem que acabar. Não queremos mais apenas pedidos de desculpas. Queremos providências ", afirmou.
A mulher é constantemente empurrada de um lado a outro, até a chegada dos guardas municipais que ajudam a conter a situação.
Nas redes sociais, o caso repercutiu de forma negativa e muitas personalidades comentaram a respeito. A jornalista Luana Assiz, chegou a afirmar que o bloco é "um grande erro do carnaval de Salvador"
Foliões do bloco As Muquiranas protagonizaram uma cena revoltante. Não vou repostar o vídeo, que é bizarro. Em resumo: é um grupo de covardes assediando uma mulher. Esse bloco é um grande erro do carnaval de Salvador.
— Luana Assiz (@luanassiz) February 22, 2023
Já a vereadora Maria Mariguella afirmou que o bloco onde homens se vestem de mulheres, está "naturalizando o ataque as mulheres".
Muquiranas: o que não cabe mais, precisa ser transformado!
Quando a performance pública de um bloco -de homens- no Carnaval está amparada no vestir-se de mulher para naturalizar o ataque a mulheres, precisamos repensar seus sentidos.
— Maria Marighella (@mariamarighella) February 22, 2023
A professora na Universidade Federal da Bahia Maíra Kubík, afirmou que acredita que é importante ressignificar o sentido do bloco e não extingui-lo, para que casos como esses não voltem a acontecer.
Sobre o carnaval sem Muquiranas: acho que não adianta extinguir o bloco, é preciso ressignificá-lo. O problema não é o uso da fantasia, e sim que esses homens são agressores e assediadores e devem ser tratados como tal. Têm que responder por isso e passar por uma ressocialização.
— Maíra Kubík Mano (@mairakubik) February 22, 2023
A deputada federal Lídice da Mata também se posicionou a respeito, afirmando que acredita que precisa haver melhorias em relação ao bloco.
Lamentáveis os episódios protagonizados por alguns integrantes do bloco As Muquiranas que vão de assédio sexual à violência física com pistolas de água, além da importunação de mulheres. Vamos melhorar isso aí.
— Lídice da Mata (@lidicedamata) February 22, 2023
Em nota, o bloco divulgou que "é contra qualquer tipo de violência, preconceito e assédio e lamenta qualquer atitude que evidencie essas práticas".
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