Política

Vídeo: Sessão da CCJ com Paulo Pimenta é marcada por ataques e acusações 

Ministro foi ao colegiado para responder questionamentos dos deputados sobre a tragédia no RS

Por Laiz Menezes
Ás

Atualizado
Vídeo: Sessão da CCJ com Paulo Pimenta é marcada por ataques e acusações 

Foto: Farol da Bahia

BRASÍLIA -- A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados recebeu, nesta terça-feira (11), o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, em uma sessão marcada por acusações e ataques entre os parlamentares. O chefe da pasta foi convidado para prestar esclarecimentos sobre um inquérito da Polícia Federal, aberto em maio a pedido do governo Lula, para investigar perfis que teriam divulgado fake news acerca da tragédia no estado gaúcho. 

O requerimento para solicitar a presença do ministro foi apresentado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). Ele alega que o governo federal usou a Polícia Federal para investigar e perseguir opositores que denunciaram possíveis falhas e abusos do governo na tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. 

O deputado afirma que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal fizesse uma investigação nos perfis que criticaram as medidas do governo federal no Rio Grande do Sul, segundo ele, “em atitude que demonstra abuso de poder, tentativa de censura do cidadão e de parlamentares, assim como, o uso da máquina pública para perseguição política de opositores”. 

No início da sessão, o ministro detalhou ações feitas pelo governo Lula para ajudar a população e a reconstrução do estado. No discurso, ele também leu algumas informações divulgadas nas redes sociais sobre a tragédia no RS e que a Justiça mandou retirar do ar porque foram declaradas como falsas. 

“Como que é possível em uma hora como essa, em que há a necessidade de um grande esforço de união e reconstrução, pessoas se dediquem a sentar atrás do computador para produzir fake news, para mentir, para desinformar, para prejudicar o trabalho de salvamento, para prejudicar o trabalho das autoridades?”, perguntou o ministro. 

Logo em seguida, parlamentares de oposição começaram a argumentar, mas ainda estava no tempo de fala de Pimenta, então ele disse para a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC): “Pode mandar o parlamentar ficar quieto?”. 

Depois, Pimenta chegou a citar algumas notícias falsas que foram divulgadas nas redes, como a informação que os caminhões com doações estavam sendo parados antes de chegar ao RS que estavam sendo exigidas notas fiscais dos motoristas. 

“É mentira, e foi tirada do ar, a fake news que dizia que os centros de distribuição de Passo Fundo estavam estocando doações. É mentira também que o governo estava promovendo eutanásia em animais para reduzir a superlotação dos abrigos”, detalhou o ministro. 

Em uma das brigas durante a sessão, o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de "passar pano" para o governo federal e acusou, também, o ministro Paulo Pimenta de envolvimento em um esquema de propina da Odebrecht, empreiteira investigada durante a Operação Lava Jato. 

"Você pode me chamar de vergonha, ministro, mas pelo menos eu não sou detido com dinheiro da cueca. Pelo menos eu não faço rachadinha", disse Gilvan da Federal. 

Na fala, o parlamentar se referia ao deputado André Janones (Avante-MG), investigado por rachadinha, e ao atual líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que enfrentava um processo, há 16 anos, por suspeita de envolvimento no episódio em que um assessor dele, José Adalberto Vieira, foi preso em um aeroporto com US$ 100 mil escondidos na cueca. 

"Na época da Polícia Federal em que eu era integrante, a nossa preocupação era o combate à corrupção e ao crime organizado [...]. A sua preocupação hoje é fake news. E o crime organizado acabou? E a corrupção? Ou vai dizer que o Lula virou honesto?", disse. 

"E volto a dizer, quando eu estive em Curitiba, na operação Lava Jato, eu fiquei lá seis meses, o teu apelido era montanha, não como montanha de votos [de eleitores em eleições], mas por ta envolvido com a Odebrecht", acusou o deputado.

O ministro Paulo Pimenta rebateu as afirmações de Gilvan da Federal e pediu respeito do deputado. "Eu nunca fui investigado pela Lava Jato, eu nunca fui condenado em um processo criminal. Eu lamento que o cidadão, que é deputado federal, com a trajetória da Polícia Federal, faça um pronunciamento tão desqualificado como esse. O senhor está me confundindo, eu não sou o senador Flávio Bolsonaro, envolvido com rachadinha", afirmou. 

"O senhor me respeite e nunca mais dirija a palavra de forma desrespeitosa como o senhor fez", pediu. 

Ao citar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) pediu a palavra para defender o irmão e citou o caso de André Janones, que foi livrado de um processo de rachadinha após um parecer de Guilherme Boulos (PSOL-SP) pelo arquivamento da representação. 

"Janones, que inclusive é o deputado que mais dissemina fake news da história dessa Casa inteira, foi absolvido pelo deputado Guilherme Boulos, que falou que rachadinha era corrupção e motivo para Jair Bolsonaro sair da presidência, mas absolveu o Janones, que tem áudio dos assessores falando que davam rachadinha, para ele devolver o salário. Você não tem moral. É por isso que a única saída que vocês têm é tentar censurar a oposição", alegou o parlamentar.

Confira mais no vídeo abaixo:

 

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