Violência armada nos EUA: uma pessoa é morta a cada quatro horas

A violência armada nos Estados Unidos atinge níveis alarmantes em 2023, com um jovem morto a cada quatro horas, segundo um levantamento da Gun Violence Archive, uma ONG que acompanha incidentes de violência armada no país desde 2014. Até o dia 28 de agosto, foram registradas 200 mortes de crianças com até 11 anos e 979 mortes de adolescentes entre 12 e 17 anos. Em menos de oito meses, mais de 28 mil americanos perderam a vida devido a incidentes envolvendo armas de fogo. Os dados abrangem homicídios, mortes não intencionais e casos de legítima defesa, totalizando 12.561 casos de mortes violentas e 15.840 suicídios.

Outro dado alarmante fornecido pela Gun Violence Archive revela que, até a data mencionada, ocorreram 476 tiroteios em massa nos Estados Unidos em 2023, se aproximando perigosamente da marca de 500 incidentes. Esses tiroteios em massa são definidos como situações em que quatro ou mais pessoas são baleadas ou mortas. Recentemente, um caso de violência armada chamou a atenção dos americanos e ganhou destaque na mídia. Um homem abriu fogo contra três pessoas negras em Jacksonville, Flórida, em um ataque movido por crime de ódio e racismo. O incidente ocorreu nas proximidades da Edward Waters College, uma universidade historicamente associada à comunidade afroamericana no estado.

Os Estados Unidos enfrentam uma onda de violência armada marcada por motivos fúteis, atingindo inclusive crianças e jovens. Esses crimes são considerados desproporcionais e desprovidos de qualquer justificativa lógica. Exemplos recentes incluem incidentes em que adolescentes foram baleados após tocarem a campainha do agressor por engano ou alunas do ensino médio foram atingidas por tiros ao se aproximarem do carro errado em um estacionamento no Texas.

As escolas americanas também têm sido alvos frequentes de tiroteios em massa nos últimos anos, com um aumento significativo no número de incidentes. Dados da organização Everytown for Gun Safety revelam que o ano letivo de 2021-2022 registrou o maior número de tiroteios em escolas já documentadas, com 193 incidentes, triplicando em relação ao ano anterior.