Violência doméstica cresce durante período de isolamento
Segundo a Ministra Damares, o número de denúncias aumentou 9% no Brasil
Foto: Arquivo
De acordo com informações divulgadas na última sexta-feira, 26, pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de ligações recebidas pelo canal do governo federal que recebe denúncias contra a mulher aumentou em quase 9% na última semana.
O aumento do índice foi registrado no período entre 17 a 25 de março, quando entraram em vigor, na maior parte do país, as medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.
De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), a média diária de 1º a 16 de março foi de 3.045 ligações recebidas e 829 denúncias registradas. Já nos 8 dias seguintes os números subiram para 3.303 ligações recebidas e 978 denúncias registradas.
No estado do Rio de Janeiro, o dado é ainda mais alarmante. Houve um aumento de 50% de casos de violência doméstica durante o período de isolamento. No Paraná e em São Paulo, o cenário é o mesmo.
A violência contra a mulher já apresenta características e dados próprios, independentemente da quarentena. Aos fins de semana, o número de casos é maior, como explica a Delegada-chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Sandra Melo.
“Os estudos podem apontar um aumento de casos porque o espaço doméstico é o local em que mais acontece a violência, logo uma convivência mais intensa pode ocasionar mais conflitos. Porém, nós percebemos aqui da Deam do DF um número de registros menor, durante o isolamento social. Mas, não posso aferir a razão”.
A especialista ressalta ainda que, independentemente das medidas de isolamento impostas pelo governo, todas as medidas de proteção à mulher seguem em habitual funcionamento.O registro de ocorrências em todas as delegacias do DF, inclusive a Deam, não sofreu nenhum tipo de alteração.
“Cabe às mulheres a decisão de procurar a delegacia mais próxima. Se, por algum motivo elas não e sentirem confortáveis para fazer a denúncia presencial, elas podem acionar as autoridades de segurança pelos números 190, 180 e 197 e a polícia irá apurar normalmente”.