Vítima de temporal em Petrópolis, mulher de 40 anos morre da mesma forma que avó

A tragédia em Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, reafirma um problema histórico causado pelas chuvas através de um caso surpreendente: duas mortes separadas por meio século. Na manhã de 25 de novembro de 1971, em meio a um forte aguaceiro, um deslizamento de terra na Rua Bernardo de Vasconcelos, no bairro Cascatinha, atingiu em cheio a casa de Cecilia Eler de Lima, que morreu no local, aos 55 anos. 

Nascida uma década depois da primeira tragédia, Cecilia Lima Fiorese, primeira filha de Nadir Eler de Lima, recebeu, como forma de homenagem, o nome da avó. Com destinos cruzados desde o batismo, as duas Cecilias tiveram as vidas trançadas também na despedida. Como a avó, a neta tornou-se, aos 40 anos, uma das dezenas de vítimas fatais do temporal que atingiu a cidade na última terça-feira (15).

Assim como a mãe, dona Nadir, de 71 anos, Cecilia morou a vida inteira em Petrópolis. De acordo com o ex-marido de Cecília, o comerciante Alessandro de Araújo Dutra, com quem ela ainda era casada no papel, os dois consideraram se mudar de cidade. Porém, com o nascimento do filho do casal, que já tem 6 anos, abandonaram a ideia. Apesar disso, o medo dos temporais sempre foi constante em Cecília e em Nadir, que perdeu tanto a mãe, quanto a filha para as chuvas.