Weintraub só não assume cargo no Banco Mundial se for vontade de Bolsonaro, avalia governo
Brasil e oito países realizarão votação 'pro-forma', já que país possui mais de 50% dos votos para posto

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Mesmo diante de intensa oposição de funcionários do Banco Mundial e de algumas autoridades brasileiras, a exemplo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub só não deve assumir o cargo de diretor-executivo no organismo internacional caso o presidente Jair Bolsonaro não queira mais. Essa é a avaliação de integrantes do órgão e do próprio governo, que disseram que apesar das manifestações contrárias mancharem a imagem do Brasil, tecnicamente não geram impedimentos para que haja nomeação do ex-ministro.
A Associação de Funcionários do Banco Mundial encaminhou uma carta na última quarta-feira (24), ao Comitê de Ética da instituição, solicitando uma investigação sobre o ex-ministro da Educação. O grupo, que representa os funcionários do organismo internacional, pede que a nomeação do brasileiro fique suspensa até a conclusão da investigação. Semana passada, 270 personalidades brasileiras, incluindo economistas, políticos e artistas, também assinaram uma carta contra a nomeação de Weintraub.
No cargo para que foi indicado, Weintraub atuará como representante dos "acionistas" em um conselho de administração de um banco. Ele representa o Brasil e mais oito países, e não é funcionário do Banco Mundial. Os demais países realizam uma votação, porém, geralmente é "pro-forma", já que o Brasil possui mais do que 50% do capital votante da cadeira. Diante disso, apesar de, como diretor-executivo, Weintraub precisa seguir um código de conduta, a indicação depende de forma exclusiva dos acionistas e não passa pelo crivo do banco ou dos demais integrantes. O Banco Mundial possui 187 países membros. Portanto, a palavra final, termina sendo mesmo do governo brasileiro.