Witzel, Dilma e Alexandre de Moraes também mentiram no currículo
Caso mais recente envolve novo ministro da Educação do governo Bolsonaro

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Mentir no currículo no Brasil é uma prática comum e antiga. Cerca de 7 em cada 10 profissionais fazem isso, segundo levantamento da empresa DNA Outplacement. Essa semana o novo ministro da Educação do governo Bolsonaro, o professor Carlos Alberto Decotelli, apresentou o título de doutor pela Universidade Nacional de Rosário na Argentina e foi desmentido pelo reitor da universidade. Em seguida, sua formação de pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também foi considerada inverídica.
A prática, no entanto, vem de outros governos. Na era do PT, a ex-presidente Dilma Rousseff colocava no currículo os títulos de mestre e doutora em economia pela Unicamp. Dilma, contudo, tinha concluído os créditos mas não tinha nenhum dos diplomas por não ter defendido tese.
Outro exemplo é do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Witzel mentiu em seu currículo na plataforma Lattes dizendo que teria feito parte da pós-graduação em “judicialização da política” que ele cumpre na Universidade Federal Fluminense (UFF) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Já o atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, foi acusado de plágio ao copiar trechos presentes em livro do ex-juíz espanhol Francisco Rubio Llorente. A comparação dos trechos foi alertada pelo professor de Direito da Universidente Federal de Minas Gerais, Fernando Jayme. Não obstante, no currículo Lattes do ministro da Justiça, constava a informação de que, entre os anos de 1998 e 2000, ele adquiriu o título de Doutor em Direito na Universidade de São Paulo (USP). Já entre 1997 e 2000 teria realizado o Pós-Doutorado, também pela USP. A informação depois foi desmentida pelo professor de Geografia da instituição, César Simoni.
Procurada, na época, a assessoria de Alexandre de Moraes informou que ele não possui o título de Pós-Doutor e a informação no Lattes trata-se de “um erro de preenchimento da sua Secretaria e que já foi corrigido”.
Em janeiro de 2019 foi a vez da a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, ter à não formação exposta. Foi descoberto que Damares não era “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito da família”, como afirmava em seus discursos. Na época, ela justificou que seu título tem a ver com o ensino bíblico.
Em fevereiro do ano passado, veio à público o fato do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não ser mestre em direito público pela Universidade Yale, título atribuído a ele há anos em seus artigos. Salles justificou dizendo que “a informação de 2012 foi veiculada erroneamente por um equívoco da assessoria”.