A influenciadora e as enchentes

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A influenciadora e as enchentes

De logo, realmente me confunde a expressão influencidador(a) para denominar a profissão de pessoas que têm milhões ou centenas de milhares de seguidores nas redes sociais. Claro que não entendo pelo conteúdo que postam, mas claro que entendo diante de quem segue, pelo conteúdo que postam. Hoje eu estou no módulo não entendo para o fato da avalanche de críticas que sofreu a, vamos lá, influenciadora Gabriela Pugliesi, pois no último sábado, 11, após fazer publicidade para uma empresa de taxi aéreo em Maraú, uma das cidades baianas afetadas pelas fortes chuvas na região sul da Bahia, desde a última terça-feira (7). As postagens tiveram repercussão negativa nas redes sociais e a influenciadora apagou publicações. Dizem que o problema do brasileiro é a memória curta, isto é fato. Não se discute. Haja vista que no começo da pandemia em 2020, a influenciadora Gabriela Pugliesi postou fotos e vídeos do evento em sua conta no Instagram - em um deles, dizia "f*-se a vida". A festa teria sido organizada para receber sua amiga, Mari Gonzalez, que tinha saídodo programa Big Brother Brasil. A revolta de parte de seus mais de 4 milhões de seguidores ao ver a influenciadora fitness desrespeitar as regras de confinamento foi imediata. Pugliesi apagou o conteúdo de seu Instagram e pediu desculpas. "Estou extremamente arrependida, mal comigo mesma. Fui irresponsável e imatura", disse ela. Depois que viu as perdas que teria, natural e principalmente em suas contas bancárias. 

​Em nome de ter um perfil bombado e um estilo de vida específico, há ainda quem fique refém de mentiras. Quem não lembra de Yovana Mendoza Ayres, que postava conteúdo sobre veganismo e dieta à base de apenas alimentos crus? Nas redes era Rawvana, num trocadilho entre seu nome e a palavra inglesa raw, que significa cru. Com mais de 3 milhões de seguidores entre Instagram e Youtube, foi flagrada, filmada comendo peixe, perdeu seguidores e teve a imagem desconstruída. Hoje se apresenta como Yovana, seu público caiu para 1,6 milhão de pessoas nas duas redes. Ainda um fenômeno.

​Pois é, o certo é que milhares de pessoas querem ser enganadas, buscam criar um mudo paralelo, a sua bolha ou bolhas conectadas por mentiras, ilusões...certamente porque gostariam que aquilo fosse, seja a sua real vida. O problema é que este alheamento da sociedade e do seu existir gera distúrbios psicológicos profundos, pois a quantidade de seguidores, admiradores nunca aplacará o vazio de ser dessas pessoas, infelizmente, pois continuarão interpretando. Só fico aqui imaginado a loucura que será o metaverso. Parece que vejo pessoas se não como zumbis pelas ruas em seus óculos 3D, ou em casa prostradas com o mesmo equipamento na cara.

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