Tenho sido bastante questionado, em meus programas de rádio e TV fechada, sobre o comportamento de Karol Conká, rapper curitibana, participante doo Big Brother Brasil 21. Confesso que não tinha a menor ideia do que se tratava, pois não assisto há mais de uma década ao reality. Em verdade devo ter assistido até o 4 ou 5. Nada de puritanismo ou algo do gênero apenas cansei. Por não ter a menor ideia de quem se tratava ou o que, de fato, estava acontecendo, comecei a buscar as polêmicas, geradoras das revoltas, que a cantora estava causando. Não vi muita coisa. Vi que durante uma refeição, ela determinou que o participante Lucas não comesse à mesa com ela e com os outros da casa, além de depreciá-lo verbalmente e mais algumas outras poucas cenas. Faltou-me paciência da busca. De imediato, no entanto, eu me questiono o que as pessoas esperam ver no reality? É uma competição, onde estratégias são montadas. Não trato aqui, pontuo, de pronto, de defesa alguma, nem material de avaliação, pelo que expus acima, mas o que imagino – por relatos de participantes anteriores – que muitos montam uma estratégia e a seguem, como forma de ganhar o cobiçado prêmio. Não sei se foi o caso, se foi não deu nada certo.
O triste, entendo, é que a moça cultivava uma imagem de feminista, de combate ao racismo e está, pelo que muitos falam, evidenciando-se uma pessoa tóxica. Se foi uma estratégia montada, repito: perdeu. O brasileiro tem sentimento protetivo a quem é vítima, ou se faz - aqui sem valor específico de quem seja -, haja vista o ainda grande sucesso que as novelas fazem, na dimensão do maniqueísmo (a eterna disputa entre o bem e o mal), onde os vilões são odiados, literalmente. É bem verdade que o tempo está atenuando esta questão, pois lá atrás pessoas, como minha mãe, tomavam como questão pessoal contra o ator, a atriz em seus trabalhos de vilania, traições... o certo na questão da Karol é que ela está detonando totalmente a sua imagem. É possível que sua vida na casa esteja sendo a real no campo do seu mundo interior, e daqui de fora apenas uma imagem. Vai saber...a verdade é que a Globo deve estar em delírio, pois o Brasil fala da moça, e quem não se interessava em saber acessa a emissora, busca se informar, assistir, tudo que TV gosta.
Tenho como assertiva, em modificação do pensamento, de que “a ocasião faz o ladrão”, de que a ocasião revela o ladrão. Talvez o confinamento tenha revelado uma Karol Conká que a própria Karol não tinha dimensão e quando sair vai perceber o desastre que ela fez a sua imagem, a sua carreira, mas quem sabe entenderá que precisa de atendimento profissional para entender as suas reações, as suas emoções?! Mas aí será um reality apenas com ela e suas questões. O que penso é que ao final e ao cabo do BBB ou ela pedirá desculpas, ou dirá que foi a estratégia do jogo, ou seja, trabalhará a sua imagem desgastada.