Muita maldade

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Muita maldade

A lutadora argelina Imane Khelif foi enxovalhada sem dó nem piedade após derrotar a italiana Angela Carini, na luta de boxe, em Paris. As pessoas, nas redes, guardando a presente da preguiça moral e cultural de estudo e pesquisa, vai reproduzindo tudo, pois leu a legenda, pronto! É verdade. Essas pessoas geralmente guardam sintonia com violência verbal a tudo que bate de frente com os seus preconceitos e ou conceitos de vida, de posicionamentos ideológicos, inclusive religiosos distorcidos. Imane foi atacada por acharem que ela fosse uma mulher trans, e como sempre esses se apoiavam na aparência, e com as perguntas “desafiadoras” se ela tinha útero e poderia engravidar, para se dizer mulher? Essas sandices que argumentam, mas aí o susto, ou a pancada nessas almas sebosas: sim, ela tem útero, vagina e pode engravidar. Então, para ajustarem as tais teorias odiosas começam a perguntar sobre a presença do gen XY, ou seja, não se trata de verdade, mas de ter razão. 

A lutadora argelina sempre competiu na divisão feminina e é reconhecida pelo COI Internacional como uma atleta feminina. "A boxeadora argelina nasceu mulher, foi registrada como mulher, viveu sua vida como mulher, lutou boxe como mulher, tem um passaporte feminino", disse o porta-voz do COI, Mark Adams. O COI ainda se posicionou afirmando que nunca houve qualquer questão associada a Imane ser transgênero ou não, ou seja, não há dúvida de que seria um homem lutando contra uma mulher. Esse não é o caso. Sobre isso, há consenso, cientificamente: este não é um homem lutando contra uma mulher, defendeu o COI Internacional.

Keliff fez sua estreia olímpica nos Jogos de 2020, em Tóquio. Lutou na divisão leve de 60 kg e foi derrotada por 5 a 0 pela irlandesa, Kellie Harrington, nas quartas de final pela medalha de ouro. Ela então se tornou a primeira boxeadora argelina a ganhar uma medalha no Campeonato Mundial, ficando com a prata.

Em tudo na vida é necessário colocar filtros e checar notícias, para tirar de cena a guerra cultural, política e ou religiosa, para abordarmos as questões, pois colocamos, pela leviandade e inconsequência, um alvo em pessoas que têm sentimentos, amores e causamos danos reais às suas vidas. Coloquemo-nos no lugar dos outros, quando simplesmente replicamos desinformações que se alinham ao nosso querer, sem que, necessariamente, seja verdade o que disseminamos. Triste esse comportamento, haja vista que um dia poderá chegar em nosso quintal o que fazemos aos outros.

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