É impressionante como se estende desde sempre a ideia no seio da nossa sociedade de que o de fora é melhor do que o nacional. A forma de valorizar alguma coisa, era dizer ser importado. Hoje vemos um segmento grande de brasileiros vibrando, torcendo, pelos feitos de Donald Trump. Não entendo, dá-me um nó no juízo, diria minha mãe. Naturalmente, que tem a ver com ideologia, forma de ver o mundo..., mas daí a torcer a favor e contra o Brasil? Fica difícil a compreensão. É verdade que isso guarda resposta, pelo menos em parte, em uma teoria, muito usada: o tal complexo de vira-lata, que seria criada por Nelson Rodrigues, na década de 1950. Ele afirmava que o brasileiro não alcançava grandes conquistas por possuir uma crença inconsciente de que é uma "etnia" inferior à dos demais povos, especialmente em face dos europeus. Hoje vemos também frente aos estadunidenses.
Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro precisava encontrar a sua identidade para se desenvolver como país. Encontrar a sua alma como povo soberano e capaz. Em verdade, essa teoria surgiu especialmente devido as ideias de inferioridade racial de autores famosos do século XX, como Monteiro Lobato, Oliveira Viana e Nina Rodrigues, que afirmavam que os brasileiros miscigenados eram inferiores às ditas raças puras. Acredite. E mais: que a herança racial não era apenas a chave para a predisposição a certas doenças, mas que os africanos e os povos miscigenados eram também mais predispostos à criminalidade.
De volta ao cerne das nossas reflexões: como entender parcela da sociedade torcendo para o presidente de outro país que está para taxar os produtos brasileiros, gerando apreensão e preocupações à indústria brasileira?! Se for por torcida contra ao presidente do momento, é muita mesquinharia, pois o povo é que vai sentir o repasse dos que os empresários perderem. Ele quer impor, mas aí é para o seu povo: Em um memorando enviado à administração federal, o republicano passou a exigir que reformas de prédios públicos, novos projetos de arquitetura e artes sigam uma estética definida de “beleza”, a dele. Além disso, um decreto assinado determinou o fim de programas criados para a “promoção de cultura, museus e bibliotecas” como ferramentas de fortalecimento da democracia. Por outro lado, veja o absurdo, Trump impõe censura em ciência e força delações entre pesquisadores O governo instaurou medidas de censura contra órgãos de ciência, cancelando viagens de pesquisadores, proibindo suas participações em seminários e limitando apresentações públicas sem aprovação prévia. As restrições também incluem a criação de um sistema de delações internas entre funcionários, intensificando o clima de pressão em agências federais. Mas, a liberdade de expressão é o máximo nos Estados Unidos – contém ironia.