Circula uma vídeo pelas redes sociais neste domingo (09), onde um homem, de Feira de Santana, esfaqueia a esposa, no apartamento onde moravam, diante do filho. Aventam que o crime tem como motivação o fim do casamento, não aceito pelo criminoso. Parece inacreditável, mas esse tipo de crime só faz crescer no Brasil, esta alarmante estatística evidencia que uma urgente necessidade da sociedade em seu todo reavaliar os seus conceitos de vida e respeito ao outro. Há algo ainda de muito errado nos homens, em geral, que insistem de todas as formas, com atitudes sexistas até à tentativa e assassinatos de mulheres. Há uma epidemia. Lamentavelmente, no entanto, não vemos as excelências autoridades públicas, em especial homens, em discursos com veemência sobre estes crimes hediondos, que colocam o Brasil como o quinto pais mais perigoso para as mulheres.
Vemos, por outro lado, que as pessoas ainda resistem a entender que a violência contra a mulher não é algo privado, onde não se pode meter a colher. A sociedade precisa assumir que se trata de algo público, que pode ser evitado, denunciado, e não apenas filmado, como vimos no lamentável vídeo. Não faz muito, vimos um vídeo em um bar de São Paulo, uma mulher sendo esmurrada por um brutamontes, rodeada por vários homens e ninguém fez nada. Dirão alguns: é o medo estabelecido, de a violência se voltar contra o possível defensor. Verdade, é de dar medo, mas há números para denúncia, como o 180, que funciona 24 hora por dia. Algo precisa ser feito e não apenas visto, comentado, fotografado, filmado e posto nas redes sociais para muitos likes. É triste ver pessoas se alheando diante de agressões, que não raras levam a vítimas a óbitos.
Estudiosos levantam suas teses sobre o que motiva esta onda tão grande, e sempre crescente, de violência contra as mulheres, mas o fato é que a mulher latina americana, em especial, ainda é colocada como a submissa e não a provedora. Ele é o tal “chefe” da família, por mais absurdo que pareça, ainda muitos se colocam assim. Vemos que o nosso sistema social é o do patriarcado, a todo instante presenciamos demonstrações deste famigerado traço, o que gera na figura do homem o protetor, o dono da cabeceira da mesa às refeições, o que sustenta a família, paga as contas e é o ultimo a dizer sim ou não às questões da família. Passada da hora, de há muito, disso mudar.
Todos os dias, um número significativo de mulheres, jovens, meninas são submetidas a alguma forma de violência no Brasil: são assédios morais em ambiente de trabalho; assédio sexual no trabalho, no coletivo, na rua; estupros. Isso precisa ter um basta, as autoridades públicas não podem apenas ficar na retórica dos discursos, mas preparar o Estado em suas instâncias devidas para dar uma resposta firme à sociedade.