O desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que também é ex-coordenador da Secretaria da Área de Saúde (SAS) do próprio TJ-SP, como normalmente se diz, bombou na internet nesse de fim de semana. Ele do alto da sua arrogância humilhou um servidor municipal de Santos, São Paulo, no estilo “você sabe quem eu sou?”.
O caso ocorreu na tarde desse sábado (18), quando a equipe da GCM o abordou para orientá-lo sobre o uso obrigatório de máscara na cidade, definido por meio de decreto municipal. Para quê?! Sua excelência sacou do seu celular ligou para o superior do agente público, e quis impor ao servidor a chamada. Que preparo do agente. Evitou, o telefone, manteve-se calmo e contido. Fez o seu trabalho. Não satisfeito a “otoridade” rasga a notificação e a joga no chão. Retrato claro de certos servidores públicos que se acham em uma corte monárquica, onde os súditos precisam sempre reverenciar a sua superioridade.
Essa gente precisa entender que é um servidor público, que guarda apenas função diversa de outros milhões de brasileiros, mas isto não o faz acima de nenhum de nós. O Conselho Nacional de Justiça já instaurou, de ofício, pedido de providências, que deverá tramitar nesta (sic) Corregedoria Nacional de Justiça, a fim de esclarecer os fatos. É possível que nada dê, como de ordinário acontece, mas se esse senhor tem filhos e netos...que vergonha!
Tenho lido muitos afirmarem que é um complexo de superioridade, pode ser, mas também o oposto pode habitar a sua excelência, são pessoas que não conseguem conviver com as outras de forma igual, pois guardam uma grande insegurança, por isso tentam aparentar superioridade: mais para convencer a si mesmo do que aos outros. As pessoas que apresentam esse quadro têm, em geral, um forte sentimento de inferioridade, medo de rejeição, além de autoestima reduzida, ainda que não tenham consciência disso. Todos esses sentimentos são insuportáveis para seus portadores. Daí a necessidade de apresentar ao mundo uma persona (uma máscara, uma aparência) de que é melhor que os demais. É um mecanismo de defesa de caráter compensatório e sua incidência é alta, variando em grau e forma de se manifestar.
Fato, no entanto, ao que conhecemos e estudamos os meandros dos comportamento humanos, não podemos, sob pena de estímulo e manutenção de uma espécie de corte de descompensados emocionalmente, transigir de pedir, exigir providências, compreendendo que esse senhor é um empregado do povo, como servidor público, pago pelo nossos impostos. Infelizmente, essa compreensão ainda foge à maioria da população, mas que precisa, sim, compreender que autoridade é o povo e a ele, nós, contas precisam ser prestadas por agentes que burlam a lei, ultrajam os princípios comezinhos da urbanidade e cidadania.