Um extraordinário projeto de inteligência artificial brasileira tem ganhado o respeito da comunidade científica internacional. Esse trabalho vem sendo desenvolvido há 10 anos pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob liderança do professor Jacob Scharcanski, e tem o suporte de uma rede internacional de pesquisadores reunida no Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), considerada a maior organização mundial de profissionais técnicos para o avanço da tecnologia. Esse trabalho envolve empresas privadas, a Universidade de Warteloo (Canadá), além naturalmente de pesquisadores e alunos da UFRGS.
É uma pesquisa revolucionária que já começa a desenhar a necessidade, mais do que nunca, de uma política educacional voltada para novos empregos que surgirão, em contraponto de outros tantos que desaparecerão com os avanços tecnológicos que estamos testemunhando, que crescem em proporções goemétricas. É preciso que todos tenhamos esta visão, pois o novo sempre vem e para ele a turma mais jovem precisa estar pronta, preparada, pois são inovações que já estão no cenário do mundo. Esses pesquisadores brasileiros e estrangeiros desenvolveram um sistema de inteligência artificial capaz de detectar câncer de pele a partir de imagens obtidas por uma câmera comum, como a de aparelhos celulares, com taxa de acerto de 99%.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) informa que, cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele são reconhecidos a cada ano no Brasil, o que representa 33% de todos os diagnósticos de neoplasias no país. Vejamos que avanço será, em diagnósticos precoces.
Assim, se o Brasil pretende estar no tabuleiro dos avanços tecnológicos do mundo, em função, inclusive, de sua criatividade, não pode negligenciar investimentos elevados no aprimoramento da educação direcionada ao futuro. Infelizmente, no entanto, essa não tem sido a orientação da política educacional nacional dos últimos anos, sem um maior direcionamento para inovações dirigidas a novas profissões que já surgem com o avanço tecnológico.