Quanto Custa?

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Quanto Custa?

O ser humano sempre será um processo permanente e contínuo de buscar o que pensa que falta em si, e se encontra do lado de fora, nas suas conquistas externas. Nesse sentido, deslocando seus anseios e faltas se lança em satisfações que julgam importantes, mas serão quimeras que apenas terão o ilusório papel de preencher o que faltou em algum momento de sua trajetória. Não falo dos ideais, falo dos sentimentos inconfessáveis. Há  um pensamento, de há muito conhecido, mas de autoria não sabida, que afirma: “todo homem tem seu preço”. O pensador alemão, Friedrich Nietzsche, responde que “Não é verdade. Mas para cada homem existe uma isca que ele não consegue deixar de morder.”. Nesses tempos de busca de poder, seja por eleições próximas, seja para alcançar do que está mais adiante, ou mesmo o reforço ou a ampliação de poder, sou levado, veja que ousadia, a discordar do autor de Assim Falou Zaratustra. Penso que todo ser humano tem o seu preço, sim. Todavia, entendo que isto não pode ser levado ao pé da letra, em preço, valor de dinheiro, mas sim com questões caras à própria pessoa. Entendo, então, que, de fato, como assevera o filósofo que para cada ser humano tem uma isca que ele morde. 

A pessoa é única, como produto de sua genética, psicologia (núcleo de sua infância e consectários) e ambiente social como formadores do seu estrado de ser, de se relacionar com os seus valores, frustrações, recalques, ambições...Ora, então assim teremos o nosso preço. Infelizmente, no entanto, esses resultados podem ser de compreensão de satisfação de necessidades que podem não estar bem esclarecidas para o próprio indivíduo. Por exemplo, de forma bem simples: a necessidade de se fazer notado, percebido...evidenciando uma falta deste reforço frente aos seus pais na infância. Então, esforça-se de toda forma para ser notado pelos demais. Não reconhece que aquilo estava especificamente ligado a um processo pessoal.

Dito isso, percebemos, quando o olhar é mais atento ao mundo e seus participantes, pessoas sendo em suas relações humilhadas, desrespeitadas, mas não reagem. Aceitam. Engolem o que muitos não entendem, e é para não entender mesmo, porém naquela alma há um sentido, mesmo não sabendo qual, e não raro está ali grandes recalques e complexos. Uma alma apaziguada em seus processos transita com naturalidade e respeito diante de si e dos outros, com altivez, sem arrogância; com simplicidade, sem submissão; com confiança, sem medos. Corremos para preencher buracos em nossas almas, que só precisam ser fechados, pelos valores do próprio apaziguamento. 

Vemos, no entanto, por outro lado, a sombra, termo que Jung pegou emprestado de Friedrich Nietzsche para representar a ideia da personalidade oculta que cada um carrega, na verdade do que seja, ainda que à primeira vista, a maioria de nós aparenta e se julga como  seres bons e nobres. Por isso,  as pessoas não estão atualmente como muito pensam piores, elas estão sendo o que sempre foram e não nos demos conta, inclusive de nós mesmos. Nesse contexto, os estudiosos do comportamento humano entendem quando pessoas se submetem a outras, em constrangimentos, contingências e atitudes  que podem nos chocar, mas elas aceitam, em razão de suas necessidades e carências, nem sempre percebidas. As pessoas, de um modo geral, buscam o reconhecimento de seus pais no mundo.

 

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