Não há como, efetivamente, passar despercebido que o presidente Jair Bolsonaro não está em “love” romântico algum com o ministro Sérgio Moro. As declarações do presidente têm batido de frente com o que garantiu no ano passado, quando comunicou a escolha do ex-magistrado para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, oportunidade, inclusive, que vaticinou que o ministro teria carta branca para nomear e conduzir ações de combate ao crime organizado e à corrupção.
Lá atrás ele desqualificaria qualquer acerto com o ministro em ser conduzido para o STF, afirmando a necessidade de se ter por lá um “terrivelmente” evangélico. Mesmo com a possibilidade de nomear dois ministros. Se alguma dúvida, no entanto, pairava, ele, o presidente, não mandou recado e disse categoricamente que “quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu.” Alguém pode ter dúvida do afastamento?
Na nota solta pelo ministro Sérgio Moro está claro, entendo, que ele não vai facilitar para o presidente Bolsonaro: não pedirá para sair. Certamente, fará o jogo de João morto, esperando, se for o caso, que seja demitido. Todavia, ele já movimenta peças em antecipação à possível responsabilidade da quebra de acordo, quando solta nota: O compromisso com o presidente Jair Bolsonaro de enfrentamento à corrupção e ao crime organizado permanece”, deixou claro que o compromisso dele, mas não verbalizou nosso, meu e do presidente...fica explícito que o dele. Estratégia para quem quer dirigir holofotes? Estaria antecipando quem pode quebrar o acordo? A ver.