Não, infelizmente não falarei do Brasil, mas sim do Uruguai. Nesse domingo (24) o povo uruguaio foi às urnas para eleger o seu novo presidente, em o momento que escrevo este artigo os resultados de boca de urna davam margem de vitória limitada para o candidato de centro direita, mas o que chamou mesmo a atenção foi o clima de civilidade e ordenamento como tudo transcorreu. Se houver a troca de partido no governança do Uruguai, tudo indica, que será natural e sem qualquer convulsão. O próprio presidente atual, Tabaré Vazquez, afirmou ao votar: “...não há drama se houver uma alternância no poder”. O candidato do governo, Martínez, disse “que seja lá qual for o resultado será uma festa da democracia”. O seu adversário, Lacalle Pou, afirmou que “a unidade nacional é importantíssima e que a eleição não significa trocar uma metade do Uruguai pela outra.” Não ficou, no entanto, por aí o clima de respeito mútuo, foi dado pelos próprios partidários de ambos os candidatos, quando cantaram juntos o hino nacional uruguaio na principal avenida de Montevidéu. E aqui eu fiquei...”sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu".
O Uruguai é realmente um exemplo na América Latina, pois além de ser vanguardista em diversas ações de cidadania, apenas como exemplos: a sua lei do divórcio antecipou os demais vizinhos em mais de 70 anos; voto feminino, união homoafetiva...tudo sempre à frente dos demais países sul-americanos. E mais: segundo a Transparência Internacional, a nação Uruguai possui o menor índice de corrupção da América Latina, igual aos dos Estados Unidos, ostenta ainda o título de país mais democrático da região, segundo o The Economist, bem como o mais elevado índice de liberdade de imprensa, dito pela Organização Jornalistas Sem Fronteiras.
É de dá inveja e serve como exemplo a copiar, principalmente nesses tempos tão cheios de ódios, ressentimentos por estas nossas terras brasilis.