A Polícia Civil do Rio divulgou operação que planejava atentado terrorista em show de Lady Gaga na praia de Copacabana. A informação foi baseada em um relatório técnico produzido pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça, que havia recebido um alerta da Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a atuação de grupos de ódio no show da Lady Gaga. O alvo, naturalmente, pelo perfil dos fãs da famosa cantora, era o grupo LGBTQIA+. A operação identificou pessoas que estavam recrutando participantes, inclusive adolescentes, para realizar ataques durante o show com explosivos caseiros. Um adolescente também foi apreendido. Todavia, um dos suspeitos de participar no plano já foi solto, mediante pagamento de fiança, certamente por conta de alguma brecha legal, mas já voltou a ser preso preventivamente.
O certo é, segundo o Grupo Gay da Bahia, que o Brasil segue como líder de crimes homofóbicos entre as nações que realizam estudos sobre o tema. Os dados relativos a 2024 representam um óbito violento a cada 30 horas. A maioria das mortes violentas de LGBTQIA+ em 2024 foi classificada como homicídio (239 casos), seguida por latrocínio (30 casos), suicídio (18 casos) e outras causas (4). O combate a esse ódio precisa ser exemplar, como forma de inibir possíveis estímulos que são gerados pelas redes sociais, pois já se foi o tempo em que podíamos acreditar que o nosso País é de pessoas generosas, fraternais...hoje vemos o ódio circulando de forma muito triste e de diversas formas. É preciso, por outro lado, que o homofóbico entenda que há inúmeros estudos indicando que certas pessoas podem, inconscientemente, sentir atração por pessoas do mesmo sexo e, por não aceitarem esses sentimentos, os projetam de forma agressiva nos outros, como mecanismo de defesa chamado projeção. As causas, no entanto, são diversas desde a educação, influências culturais, necessidade de aderir as normas sociais do momento, passando pelos discursos religiosos até chegar a uma rigidez cognitiva, que se enrijece a concepções sem qualquer inflexão de conceito, calcada naideia de que a heterossexualidade é o padrão de normalidade, na qual se espera que todos sejam heterossexuais e, portanto, a existência de outros tipos de sexualidade é discriminadacomo anormais, inferiores e patológicas. Isso se reflete por meio de agressões físicas e psicológicas praticadas por pessoas em caráter particular ou institucional. A homofobia pode, então, ser uma espécie de patologia que não só mereça a criminalização efetiva, mas tratamento também. Ou seja, que se puna rigidamente o criminoso e que ele se conscientize que é doente.