13 empregadores baianos aparecem em 'Lista Suja' do trabalho escravo
Maioria dos presentes na lista são da área agropecuária

Foto: Divulgação/MPT
De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA), divulgadas nessa segunda-feira (13). O estado possuí 13 empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo do governo federal. Segundo o MPT, a lista é da Secretaria de Inspeção do Trabalho, órgão do governo federal ligado ao Ministério da Economia e foi divulgada na semana passada. Os nomes dos empregadores não são divulgados pelo órgão. O órgão informou que os empregadores na lista, na sua maioria, atuam na área agropecuária, como criação de boi e cultivo de milho, cacau ou café.
Eles estão em diversas cidades da Bahia como: Uruçuca, Cardeal da Silva, Vitória da Conquista, Serrinha, Una, Presidente Jânio Quadros, São José do Jacuípe, Camaçari, Riachão das Neves e Ilhéus. Ainda de acordo com o MPT-BA, todos os empregadores incluídos na Lista Suja não poderão contratar financiamento em bancos estatais e de realizar vendas para a União, estados e municípios. Os envolvidos permanecem por dois anos na lista. Entretanto, caso façam um acordo com o governo, o nome fica em uma "lista de observação" e pode sair depois de um ano, se os compromissos firmados com o governo forem cumpridos.
No ano passado, 21 trabalhadores foram resgatados de situações análogas às de escravo na Bahia. A agropecuária foi a atividade com maior incidência de trabalho escravo, e a cadeia produtiva do cacau na região sul da Bahia apresentou os maiores índices de 2019. Segundo Manuella Gedeon, procuradora do MPT-BA que coordena o combate ao trabalho escravo no estado, existe um grupo montado que realiza fiscalizações periódicas, mas que foi afetado este ano por conta da pandemia do coronavírus. Apesar da pandemia, a procuradora informou que as fiscalizações estavam sendo feitas a cada dois meses para poder acompanhar todas as denúncias do estado.