19% das mulheres que menstruam não têm dinheiro para comprar absorventes no Brasil, revela Unicef
77% das adolescentes entrevistados já sentiram constrangimento em espaços públicos ou na escola por estarem menstruadas
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Um estudo promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) declarou que 19% das mulheres que menstruam no Brasil não têm dinheiro para comprar absorventes.
Segundo Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do Unicef no Brasil, em entrevista à CNN, a situação de pobreza menstrual representa uma “violação de direitos e um desafio para garantir a dignidade menstrual”.
A especialista comentou que a discussão sobre o tema ganhou maior visibilidade no Brasil a partir de 2021, quando o Unicef lançou um relatório sobre o cenário de desigualdades enfrentadas por meninas e adolescentes que menstruam.
Monteiro destacou que a dignidade menstrual envolve também a disponibilidade de informações adequadas, infraestrutura sanitária e um ambiente livre de constrangimentos.
Impacto na educação e vida social
Conforme a pesquisa, 77% dos adolescentes entrevistados já sentiram constrangimento em espaços públicos ou na escola por estarem menstruados. Esse cenário pode levar à evasão escolar e dificultar a participação em atividades sociais e esportivas.
Para a especialista, a pobreza menstrual é um problema complexo, atravessado por questões de classe e raça, exigindo políticas públicas abrangentes para garantir a dignidade menstrual em todo o país.