50 milhões de pessoas no mundo são vítimas da escravidão moderna, diz relatório
Ao todo, 27,6 milhões foram submetidas a trabalhos forçados
Foto: Unicef/Sayed Bidel
A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, levou a um aumento da escravidão moderna no mundo. Cerca de 50 milhões de pessoas foram submetidas a trabalhos ou casamentos forçados, em quase todos os países do planeta, segundo um relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a ONG Walk Free Foundation.
O número aumentou significativamente nos últimos cinco anos: são 10 milhões de pessoas a mais em escravidão moderna quando comparado com as estimativas globais de 2016. Mulheres e crianças são os mais afetados. De acordo com as agências, cerca de 52% de todo o trabalho forçado, além de um quarto de todos os casamentos forçados, foram encontrados em países de renda média-alta ou de rendimento alto.
A maioria dos casos, somando 86%, ocorre no setor privado. A exploração sexual comercial forçada representa 23% de todo o trabalho análogo a escravidão. Além disso, das 50 milhões de vítimas, 27,6 milhões foram submetidas a trabalhos forçados e 22 milhões casaram contra sua vontade, sendo que dois terços são meninas. Quatro de cada cinco pessoas também sofrem exploração sexual comercial, de acordo com o relatório.
O documento aponta que a pandemia provocou uma deterioração das condições de trabalho e o aumento do endividamento dos trabalhadores, o que gerou um contexto propício para os abusos. Os dados indicam que os casos de escravidão duram vários anos. “É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando. Nada pode justificar a continuidade desse abuso fundamental dos direitos humanos”, afirmou Guy Ryder, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em um comunicado.