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A "luz amarela para fome no Brasil foi acesa", diz representante da ONU

Daniel Balaban venceu o Nobel da Paz

Por Da Redação
Ás

A "luz amarela para fome no Brasil foi acesa", diz representante da ONU

Foto: Natan Giuliano/PAM

Em entrevista à BBC News Brasil, Daniel Balaban, representante no Brasil do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU), falou sobre o programa e como recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2020 na sexta-feira (9). Segundo ele, a "luz amarela para fome no Brasil foi acesa" devido "à regressão das políticas sociais" e que será preciso agir rápido para evitar que o país volte ao Mapa da Fome, quando mais de 5% da população enfrenta insegurança alimentar grave.

"Dá para reverter esse quadro se houver união nacional. A própria população brasileira solicitando e fazendo pressão em cima dos entes públicos. E o Nobel foi muito importante para isso, pois lança luz sobre um problema que afeta o mundo e estava um pouco esquecido", disse.

Ainda na entrevista, ele foi questionado sobre se, em sua visão, o governo de Jair Bolsonaro está comprometido em "reverter esse quadro". Balaban defende "demonstrar a importância a todos os formuladores de políticas públicas de orientar recursos para as populações mais vulneráveis".

Ele também contou, na entrevista, como recebeu a notícia que foi agraciado com o Nobel: “Foi uma surpresa total, ninguém esperava por isso. A sede do PMA fica em Roma (Itália) e, quando o prêmio foi anunciado, era madrugada no Brasil. Prêmios são prêmios. São importantes. Mas mais importante é lançar luz sobre um problema que afeta o mundo e que estava um pouco esquecido, que é a questão do combate à fome, do combate à pobreza, do combate às desigualdades”, disse na entrevista.

“Não tem como termos um planeta mais sustentável, um planeta que todos nós sonhamos com 690 milhões de pessoas passando fome. São três Brasis. O trabalho do PMA no dia a dia é fazer com que essas pessoas não morram e dar assistência a elas. Alimentamos por dia mais de 100 milhões em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, os mais pobres, ajudando a criar políticas públicas. Trata-se de um trabalho muito difícil e complexo, mas precisamos mostrar à população que dá para resolver esse problema”, completou. 

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