A pedido de Toffoli, PGR instaura procedimento preliminar para apurar ataque com fogos ao Supremo
No sábado, grupo de apoiadores de Bolsonaro lançou fogos de artifício contra o prédio do STF
Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE
O procurador João Paulo Lordelo, assessor de Augusto Aras, instaurou, no último domingo (14) a "notícia de fato criminal", nome dado ao procedimento que tem a finalidade de colher elementos mínimos (informações preliminares) necessários para a instauração de um inquérito, para apurar o ato de manifestantes que dispararam fogos de artifício em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na noite de sábado (13).
A investigação foi um pedido do presidente do STF, Dias Toffoli, que solicitou ainda que Renan da Silva Sena, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, seja responsabilizado "por ataques e ameaças à Instituição deste Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, inclusive por postagens em redes sociais, bem como todos os demais participantes e financiadores, inclusive por eventual organização criminosa, os quais ficam desde logo representados, devendo-se ser adotadas as necessárias providências para a investigação e persecução penal".
Sena foi preso na tarde de domingo pela Polícia Civil pelos crimes de calúnia e injúria, após divulgar vídeo com ofensas contra autoridades do STF, do Congresso Nacional e o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). Ele foi liberado à noite após assinar um termo de comparecimento em juízo. Para o delegado responsável pelo caso, Giancarlos Zualini, Sena é suspeito de "narrar o vídeo" em que manifestantes lançam fogos contra o STF.
De acordo com o jornal "Correio Braziliense", Sena negou, na delegacia, que tenha ameaçado autoridades, mas confirmou a autoria da narração do vídeo. "Falei que eu entendia que é um governador bandido, que estamos em uma ditadura comunista, mas isso eu já venho batendo. E falei que tinha cobertura comunista do Judiciário, no caso os ministros do STF", disse Sena.
No despacho, João Paulo Lordelo cita que, em 5 de maio, já havia encaminhado ao Ministério Público Federal no DF um memorando sobre os crimes praticados por Sena pela agressão a profissionais de saúde – pelo qual foi indiciado.
O apoiador de Bolsonaro foi indiciado no dia 29 de maior por injúria e agressão contra enfermeiros durante ato realizado por profissionais de saúde, na Praça dos Três Poderes, no dia 1º de maio, em memória às vítimas da Covid-19.