'Acabou meu voluntarismo', diz Guedes sobre negociação com Congresso
Declaração foi feita em seminário online sobre a reforma administrativa promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP)
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (9) que, a partir de agora, não participará mais diretamente das negociações com o Congresso. A declaração veio após desentendimento com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ela foi dada em um seminário online sobre a reforma administrativa promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Rodrigo Maia também estava presente no evento.
De acordo com Guedes, a nova forma do Executivo de negociar com o Congresso — por meio de líderes e da criação de uma base parlamentar — marcou o fim de seu "voluntarismo", nas palavras do próprio ministro.
“Agora tem uma via regular de encaminhamento do processo, que é essa base de governo. A gente conversa regularmente toda semana, aí o governo consegue decidir e encaminhar de uma forma mais adequada, que não seja um ministro, dependendo também de um olhar generoso e amigo, faço questão de registrar, do nosso presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que sempre nos ajudou em todas as reformas”, afirmou o ministro.
Na semana passada, o presidente da Câmara afirmou que a interlocução com a equipe econômica estava "encerrada", após Guedes ter proibido auxiliares de se reunirem na Câmara para tratar de pontos da reforma tributária.
O debate era a criação de um fundo de R$ 480 bilhões para compensar estados e municípios que perderem arrecadação com o novo modelo de impostos previsto pelas propostas de reforma em discussão no Congresso.
“Estou enquadrado, entre aspas, num regime de comunicação política regular. Acabou o meu voluntarismo. Não quer dizer nem que vai ficar melhor, nem pior. Eu realmente acredito que vai ficar melhor, até para o Rodrigo. Vai ter menos desgaste o Rodrigo, eu, todo mundo, porque agora é um encaminhamento natural. O governo achou o seu eixo”, disse Guedes.
Guedes disse ainda que será preciso agora seguir o "rito natural do governo".
“Eu preciso agora me recolher um pouco e seguir o rito natural do governo. Talvez o mestre nisso tenha sido o (ex-ministro da Fazenda, Pedro) Malan lá atrás (no governo FHC), que ele não entrava em desgaste com o Congresso. Ele conversava com o presidente, com os líderes em volta e a liderança vai lá e conversa com o Congresso. Ele só tira dúvidas de vez em quando. Meu recolhimento é só isso”, concluiu.
