Ações de João Roma no PL Bahia seriam motivadas por incômodo com Capitão Alden, diz coluna
Movimento contra aliados “infieis” pode estar ligado a disputa de poder dentro da Executiva estadual
Foto: Divulgação
A crise interna entre os bolsonaristas na Bahia parece longe de terminar. O recente anúncio do presidente estadual do PL, João Roma, sobre processos de expulsão de deputados considerados infiéis à sigla tem gerado estranheza até entre os próprios integrantes. Segundo informações da coluna de Jairo Costa Júnior, no Metro 1, o movimento do ex-ministro estaria diretamente ligado à necessidade de reafirmar liderança dentro do partido.
No centro desse embate está o deputado federal Capitão Alden, que se consolidou como um dos principais porta-vozes do bolsonarismo no Congresso e na Bahia. Essa projeção teria causado desconforto a Roma, intensificando o conflito interno.
Um dos alvos do processo de expulsão anunciado por João e aliado próximo de Alden, o deputado estadual Diego Castro é conhecido pela fidelidade ao bolsonarismo, defendendo pautas conservadoras e alinhadas à direita e à extrema-direita.
Essas características, segundo a coluna, enfraquecem a justificativa de Roma para o processo contra Diego. O ex-ministro afirmou que o parlamentar foi infiel por ter apoiado Davi Schmidt, candidato do Novo à prefeitura de Barreiras, em vez de Otoniel Teixeira, do União Brasil, que contou com o apoio do PL e acabou eleito na cidade.
Além disso, os deputados estaduais Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, também acusados de infidelidade partidária, nunca estiveram na linha de frente do bolsonarismo. Desde o início do governo Jerônimo Rodrigues (PT), ambos mantêm alinhamento com o Palácio de Ondina, sem sofrerem qualquer represália por parte de Roma até então.
Enquanto isso, os parceiros de João Roma não sofrem qualquer pressão, a exemplo do deputado estadual Leandro de Jesus, que o apoia da queda de braço com Alden e Diego.
Segundo a coluna, essa discrepância aumenta a estranheza em torno das ações de Roma. O movimento do ex-ministro ocorre após o indiciamento de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento na tentativa de golpe de estado no país.
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