Acordo comercial entre União Europeia e Mercosul enfrenta obstáculos e pode não ser concluído até o fim do ano
Especialistas divergem sobre a viabilidade e complexidade das negociações entre os blocos
Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, em discussão desde 1999, enfrenta desafios e pode não ser concluído até o fim do ano, como planejado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Especialistas consultados pelo R7 têm opiniões divergentes sobre a viabilidade e a complexidade das negociações entre os blocos. O acordo encontra entraves na questão ambiental e em compras governamentais, e recentemente, os europeus propuseram um documento adicional chamado "side letter", que impõe sanções apenas para o lado sul-americano em caso de descumprimento.
O Brasil busca a garantia de que as sanções sejam aplicadas igualmente aos dois lados. Para alguns especialistas, a conclusão do pacto até o fim do ano é vista como "viável", embora haja reconhecimento das dificuldades e interesses divergentes dos setores envolvidos, como o setor agrícola francês. Outros são mais céticos e acreditam que um acordo finalizado até o fim do ano não será robusto, sendo talvez apenas uma versão "light" que contempla setores específicos de cada país.
Após a assinatura dos termos, o acordo ainda precisará ser validado por cada país envolvido, o que envolve 27 nações da União Europeia e quatro da América Latina. A assinatura do acordo é vista como essencial para a diplomacia brasileira, e Lula assumiu a presidência temporária do Mercosul no início de julho, com um período de seis meses no cargo.