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Aderbal Freire-Filho, diretor de teatro, morre aos 82 anos

Diretor estava internado por conta de um AVC

Por Da Redação
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Aderbal Freire-Filho, diretor de teatro, morre aos 82 anos

Foto: Marcos Ramos

O diretor de teatro Aderbal Freire-Filho morreu nesta quarta-feira (9), aos 82 anos. Aderbal era casado desde 2004 com a atriz Marieta Severo e tinha um filho, Camilo.

Com 13 anos, o cearense Aderbal iniciou a carreira artística atuando em grupos de teatro. Formou-se em sua cidade natal, Fortaleza, mas não chegou a exercer a profissão.

Em 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez sua estreia como ator em “Diário de um louco”, de Nikolai Gogol, encenando a obra dentro de um ônibus.

Como diretor teatral, ficou conhecido por sua ousadia e as montagens pouco tradicionais.

Estreou nesta função em 1972, com a peça “O cordão umbilical”, de Mário Prata. Seu primeiro grande sucesso veio um ano depois, na direção do monólogo “Apareceu a Margarida”, estrelado por Marília Pêra.

Aderbal Freire, fundador do Grêmio Dramático Brasileiro em 1973, realizou experiências teatrais únicas, montando peças nacionais com o mesmo elenco e cenário.

Nos anos 1980, Aderbal revitalizou o Teatro Glaucio Gill, encenando produções como "A mulher carioca aos 22 anos", "O tiro que mudou a História" sobre Getúlio Vargas, e "Tiradentes, inconfidência no Rio" sobre o conspirador mineiro.

Depois de ser expulso do teatro pelo governo estadual em 1994, continuou a encenar suas peças em diferentes teatros da cidade, incluindo adaptações de Vinicius de Moraes e clássicos de Shakespeare como "Macbeth" e "Hamlet", estrelado por Wagner Moura.

Após mais de uma década fora dos palcos, em 2011, voltou a atuar no espetáculo “Depois do filme”, que também dirigiu e escreveu. Em 2013, recebeu o Prêmio Shell de Teatro na categoria Melhor Diretor pela montagem da peça "Incêndios", que tinha Marieta Severo como protagonista.

Em 2017, como conselheiro, lutou pela sobrevivência da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, a Sbat, que passava por crise financeira, classificando a associação de autores como "pioneira nas Américas”.

Aderbal também foi apresentador, de 2012 a 2016, do programa “Arte do Artista” (TV Brasil) e professor na Casa das Artes de Laranjeiras, na Escola de Teatro Martins Pena e na Faculdade de Letras da UFRJ.

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