Agressividade de cães não é determinada apenas por aprendizado ou genética, aponta pesquisa
O estudo, publicado na revista Applied Animal Behaviour Science, relacionou os fatores morfológicos, ambientais e sociais com perfis de agressividades
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista científica Applied Animal Behaviour Science com 665 cães apontou quais fatores são determinantes para um perfil agressivo dos pets. Segundo o estudo, os resultados confirmam a hipótese de que o comportamento dos animais não é definido apenas pelo aprendizado ou genética, mas sim, trata-se do efeito da interação constante com a vida que cerca o animal.
Para Briseida de Resende, professora do Instituto de Psicologia (IP-USP) e coautora do artigo, os resultados da pesquisa corroboram com os estudos feitos pela equipe. "Os resultados ressaltam algo que estamos estudando já há algum tempo: O comportamento da interação do animal com o contexto, ou seja, o ambiente e o convívio com o tutor, por exemplo, além é claro da morfologia do cachorro. Todos esses fatores têm impacto na forma como o cachorro interage com o ambiente e também na maneira como a gente interage com ele", afirmou Resende.
Comumente, a agressividade dos caninos é associada à questão da raça. Tal paradigma começou a mudar quando surgiram os primeiros estudos que relacionavam perfis comportamentais a outros fatores como idade, sexo, questões metabólicas e diferenças hormonais do cão. No Brasil, o estudo, cordenado pelo grupo IP-USP, foi a primeira pesquisa a avaliar questões morfológicas e comportamentais, entre elas a agressividade, em animais sem raça definida.