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Ainda em órbita, astronauta trata trombose

Em feito inédito, médico na terra fez o atendimento

Por Da Redação
Ás

Ainda em órbita, astronauta trata trombose

Foto: Divulgação

Um astronauta norte-americano precisou de tratamento para uma trombose venosa profunda na Estação Espacial Internacional (EEI), em um caso inédito e só revelado agora, ele recebeu tratamento feito por um dos médicos que assistiram o doente a partir da Terra.

Descrito na publicação New England Journal of Medicine, o caso foi citado na última sexta feira sexta-feira, 3, pela agência noticiosa espanhola Efe, e ocorreu quando o astronauta, cuja identidade foi omitida para respeitar a sua privacidade, estava há dois meses na EEI para cumprir uma missão de seis meses.

É a primeira vez que é detectada uma trombose venosa profunda - formação de coágulos sanguíneos numa veia - em astronautas quando estes estão em órbita. Até então, não havia um método estabelecido para tratar o problema em condições de microgravidade, indicou em comunicado a Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, à qual está associado o médico Stephan Moll, um dos clínicos que acompanharam o caso.

Na situação, o astronauta tinha um coágulo sanguíneo na veia jugular (do pescoço), e foi medicado com anticoagulante, enviado por uma nave de transporte de carga uma vez que não havia este tipo de remédio a bordo da EEI. O tratamento durou três meses, período em que o doente realizou ecografias ao pescoço sob a orientação de uma equipe de radiologia que estava na Terra. As comunicações entre o astronauta e o médico Stephan Moll foram feitas por email e telefone.

Depois de regressar à Terra, o astronauta teve de suspender o tratamento durante quatro dias devido à grande exigência física da viagem. Depois disso, não necessitou de mais medicação. A trombose venosa profunda do astronauta era assintomática, e foi detectada por acaso quando ele usava ultrassons para uma experiência sobre a redistribuição dos fluidos corporais em ambiente de microgravidade.

O médico Stephan Moll, o único que não era da agência espacial norte-americana (NASA), considera que o caso levanta perguntas às quais é preciso dar resposta, sobretudo quando se pensa em missões espaciais humanas mais prolongadas, como regressar à Lua ou ir a Marte: O risco de trombose venosa profunda no espaço é elevado? Como minimizá-lo? Os pesquisadores planejam fazer um estudo com todas as respostas.

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