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Saúde

Alerta: Mortes causadas por cinco vírus devem aumentar devido às mudanças climáticas

Segundo cientistas, o aumento deve chegar a 12 vezes até 2050

Por Da Redação
Ás

Alerta: Mortes causadas por cinco vírus devem aumentar devido às mudanças climáticas

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As mortes causadas por ao menos cinco vírus deverão aumentar em cerca de 12 vezes até 2050 devido às mudanças climáticas. É o que aponta um novo estudo publicado na revista científica BMJ Global Health, conduzido por pesquisadores da companhia de biotecnologia americana Ginkgo Bioworks. No trabalho, em que pedem “ações urgentes” para prevenir e conter os surtos, os cientistas analisaram os números de cinco patógenos: os filovírus Ebola e Marburg, o Machupo, o Nipah e o Sars-CoV-1 (uma espécie de “primo” anterior ao coronavírus que causa a Covid-19).

Os vírus são todos zoonoses, ou seja, agentes que circulavam originalmente em animais, mas que passaram a se disseminar em humanos. Os pesquisadores apontam que os eventos do tipo – que ocorreram também com o HIV, a Covid-19, a Mpox, e é a preocupação atual com a gripe aviária – têm se tornado mais frequentes e graves. Cerca de 60% das doenças emergentes atuais são transmitidas de animais para humanos, escrevem. Segundo eles, isso ocorre por meio da caça, da invasão de habitats, da criação intensiva de pecuária, entre outras atividades. “Prevê-se que as alterações climáticas e outras formas de alterações ambientais antropogênicas (causadas pelo homem) aumentem a frequência de derrames zoonóticos (transmissão da doença de animais para indivíduos), conforme o aumento da densidade populacional e da conectividade facilitam a propagação dos surtos que ocorrem”, escrevem no artigo.

Para realizar a projeção até 2050, eles analisaram mais de 3.150 surtos de doenças registrados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que mataram ao menos 50 pessoas entre 1963 e 2019. Eles identificaram 75 casos dos chamados derrames zoonóticos, em 24 países. A pandemia da Covid-19 foi excluída da análise. A análise mostrou que as epidemias pelos vírus aumentaram nos mais de 50 anos a uma taxa de quase 5% a cada ano, com a mortalidade avançando 9% a cada 12 meses. Logo, além da maior frequência, a descoberta sugere “que os surtos estão se tornando mais graves”, escreveram os pesquisadores. Mesmo assim, dizem que o “pacote definitivo de medidas para apoiar a prevenção, a preparação e a resiliência globais ainda não está claro”. Para os especialistas, o que fica claro é que “são necessárias medidas urgentes para enfrentar um risco grande e crescente para a saúde global”. 

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