'Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo', diz Lula após denúncias contra Silvio Almeida
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida é acusado de assédio
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - Tânia Rêgo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez sobre as denúncias de assédio supostamente cometido pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, nesta sexta-feira (6).
Segundo informações da ONG Me Too Brasil, mulheres denunciaram ter sido vítimas de assédio sexual e moral por parte do ministro. Ele nega as condutas e repudia o que chama de "ilações absurdas".
"O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender", disse Lula à Rádio Difusora, de Goiânia (GO).
Lula afirma ainda que o governo vai colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética Pública para investigar. O presidente ainda ressalta que não vai permitir que um "erro pessoal" ou um "equívoco" de alguém prejudique o governo.
DECISÃO AINDA NESTA SEXTA
O presidente retorna a Brasília na tarde desta sexta, após compromissos em São Paulo e Goiás. Eve deve se reunir à tarde com a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) que, segundo auxiliares do Planalto, é autora de uma das denúncias.
Lula também deve conversar com o próprio ministro Silvio Almeida, que nega as acusações e diz estar sendo de "ilações absurdas". Questionado sobre um possível "afastamento" do ministro do cargo, até a conclusão das investigações, Lula disse que tomará essa decisão na tarde desta sexta.
Em entrevista à rádio, afirmou ainda que conversará com "mais três mulheres que são ministras", sem indicar nomes. O governo tem nove ministras ao todo, incluindo Anielle Franco.