Política

"Amálgama de vários motivos”

A procuradora Thaméa Danelon fala sobre corrupção

Por Da Redação
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"Amálgama de vários motivos”

Foto: Reprodução

A Procuradora da  República Thaméa Danelon ficou conhecida por fazer parte da Operação Lava Jato e sempre ter sido muito enfática ao afirmar que a corrupção no Brasil precisava ser combatida para que o país pudesse crescer. Recentemente, ela  foi promovida para trabalhar junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e o Farol da Bahia conversou com Thaméa para ouvi-la a respeito de como recebeu a promoção e tratou de temas como corrupção e poder judiciário.

Em relação à sua promoção, Thaméa se diz contente no momento em que está prestes a completar 20 anos de carreira no Ministério Público Federal (MPF) e pontuou o quão desafiador é atuar na área criminal. “Sinto-me muito contente porque pela primeira vez conclui a promoção e a consegui por merecimento. Não há dúvidas de que é um desafio atuar na área criminal, já que analisamos crimes graves e infelizmente os direitos fundamentais não funcionam para todos”, disse. 

Ao ser questionada sobre o que pensa a respeito da corrupção e como isso pode ser resolvido, Thaméa pontuou que é uma questão endêmica que acompanha a história do povo brasileiro desde a colonização. “Amálgama de vários motivos. Os portugueses já trouxeram as questão quando se estabeleceram no nosso território e após isso, a corrupção tomou proporções incalculáveis, mas o Mensalão e a Lava-Jato vieram para mostrar que os poderosos também podem ir para cadeia por crimes graves que cometeram com o dinheiro público “, pontuou.
Danelon foi perguntada a respeito da decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, os desdobramentos e também sobre o episódio em que uma advogada se referiu a um ministro utilizando o pronome ‘você’. “Uma completa discriminação entre as classes. Os poderosos vão continuar utilizando as brechas para se manterem no poder e crescentou que chamar um ministro de ‘você’ não significa desrespeito. O papel que eles deveriam exercer, eles não fazem quando não tomam decisões que beneficiam a sociedade.”

Sobre o fim da prisão em segunda instância, Thamea disse acreditar que é preciso rever aqueles que estão presos injustamente e esse número é grande não só de casos famosos. "Mas não podemos esquecer que sequestradores e homicidas também podem ser soltos após essa decisão. É uma decisão injusta que incentiva a prática de outros crimes por conta da impunidade.  Os ricos têm maior acesso por poderem contratar bons advogados que utilizam as brechas da nossa lei para impetrar recursos.” 

A procuradora também deu a sua opinião sobre como os ministros da suprema Corte são escolhidos. “Deveriam ser juízes togados, de carreira e eu sou a favor de um mandato de 8 anos, já que a vitaliciedade suscita acomodação.”

Perfil
Procuradora da República do Ministério Público Federal desde dezembro de 1999, atuando, desde o início, na área criminal da Procuradoria da República em São Paulo/SP. Mestrado em Direito Político e Econômico na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 2006.

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