Amigo de ministro das Relações Exteriores acumulou salário e auxilio-moradia no exterior enquanto trabalhava em Brasília
Ministério afirma que presença do servidor na capital federal é temporária
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O diplomata Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca, próximo do ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, recebeu um salário em dólar e auxílio-moradia em Paris, na França, para passar a maior parte do ano passado em Brasília, onde trabalhou junto ao chanceler. De acordo com o Itamaraty, os pagamentos foram feitos de acordo com a lei.
Além do salário mensal de cerca de US$ 12 mil (cerca de R$ 66 mil) e do auxílio-moradia de € 48,6 mil pelo ano todo, Fonseca ganhou R$ 36,6 mil em diárias para morar no Brasil por mais de oito meses em 2019, de acordo com dados obtidos pelo jornal O Globo, via LAI (Lei de Acesso à Informação). Somando o salário a gratificações, diárias e passagens aéreas, o gasto com o servidor no ano foi de aproximadamente R$ 1 milhão.
O diplomata foi convocado pela primeira vez em uma missão oficial no Brasil ainda durante a transição de Bolsonaro, em dezembro de 2018, e só voltou a Paris em abril do ano seguinte. Depois, retornou para passar o mês de maio em Brasília. Do fim de julho até outubro de 2019, estava novamente na capital federal.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o servidor foi chamado para trabalhar na criação da AEG (Assessoria Especial de Gestão Estratégica) do Itamaraty. "O período da chamada a serviço foi proporcional à demanda de trabalho necessária à consecução de seus objetivos", afirma o ministério.