Após barrarem operação ‘arriscada’ e ‘atípica’ de R$ 500 milhões, gerentes da Caixa perdem cargo
O documento da Caixa classifica o modelo de negócios do Master “de difícil compreensão”
Foto: Reprodução/MarceloCamargo/AgênciaBrasil
Dois gerentes que se opuseram à compra de um lote de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, consideradas arriscadas demais para os padrões do banco, foram destituídos na última segunda-feira (8) pela cúpula da Caixa Econômica Federal, conforme coluna de Malu Gaspar do jornal O Globo.
Em um parecer sigiloso de 19 páginas obtido pela equipe da coluna, a área de renda fixa da Caixa Asset, o braço de gestão de ativos do banco estatal, desaconselhou enfaticamente a operação, não só em razão do valor, considerado alto demais, como por causa do rating do banco.
O documento da Caixa classifica o modelo de negócios do Master, banco formado a partir do antigo Banco Máxima, como de “de difícil compreensão” e aponta para um “alto risco de solvência”. O parecer deveria ter sido discutido no comitê de investimento da Caixa Asset no último dia 4. Porém, o impasse criado pela postura dos técnicos fez com que o assunto fosse retirado da pauta.
Quatro dias depois, os gerentes Daniel Cunha Gracio, de renda fixa, que assina o parecer, e Maurício Vendruscolo, de renda variável, que também avalizou os documentos, perderam seus cargos. Os gerentes foram comunicados de sua destituição que a companhia passaria por uma reformulação, com uma nova forma de atuação, sem especificar de que forma seria essa e nem fazer qualquer referência ao parecer sobre a compra das letras financeiras do Master.