Após denúncias de assédio de Silvio Almeida, Anielle Franco lamenta tentativas de culpabilizar a vítima
Ministra foi uma das supostas vítimas do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lamentou as tentativas de culpabilizar as vítimas das denúncias de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. As denúncias foram feitas à instituição Me Too, que apoia vítimas de violência sexual, e divulgadas pelo portal "Metrópoles" nesta quinta-feira (5).
Segundo o portal, uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Os episódios teriam supostamente ocorrido em 2023 e incluíram toque nas pernas, beijos ao cumprimentá-la e expressões de cunho sexual.
"Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi", declarou a ministra após exoneração de Silvio.
O ex-ministro negou as acusações e declarou que são mentiras infundadas. Ele afirma que está passando por perseguição e promete buscar responsabilização judicial.
O caso provocou uma crise no governo. Segundo o jornalista da Globonews Daniela Lima, membros da equipe do presidente sabiam desde o ano passado de relatos de condutas de assédio de Silvio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros na tarde desta sexta-feira (6) para debater a situação e optou por retirar Silvio do cargo.
Lula indicou a jurista Rita Cristina de Oliveira para assumir a pasta nesta sexta-feira (6). No entanto, Rita pediu exoneração horas depois.
O Palácio do Planalto informou nesta noite de quinta-feira (5) que a Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento para apurar as denúncias. Membros da comissão se reuniram nesta sexta-feira (6). Silvio Almeida tem 10 dias para apresentar uma defesa. Uma das funções da comissão é fiscalizar o cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração. A Polícia Federal também informou que irá abrir um inquérito para apurar o caso nesta sexta-feira (6).
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