Após mortes em Fazenda Coutos, Instituto Fogo Cruzado alerta para violência policial na Bahia
Essa foi a 100ª chacina registrada em Salvador e na região metropolitana desde 2022

Foto: Divulgação/PMBA
Após uma operação policial que resultou na morte de 12 suspeitos no bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, o Instituto Fogo Cruzado defendeu a necessidade de repensar a política de segurança pública na Bahia. As mortes ocorreram na madrugada de terça-feira (4), após relatos de uma invasão promovida por um grupo armado ligado a uma organização criminosa.
Dados do Fogo Cruzado apontam que essa foi a 100ª chacina registrada em Salvador e na região metropolitana desde o início do monitoramento na Bahia, em julho de 2022. Do total de casos, 67% envolveram policiais, resultando em 261 mortos.
“Quando 12 pessoas morrem em uma ação policial, fica claro que a prioridade é o confronto, e não a proteção. Os moradores da região enfrentaram mais de sete horas de intenso tiroteio, o transporte público foi suspenso, e a pergunta que fica é: quais os resultados disso? O que vai mudar depois de tantos tiroteios e tantas mortes?”, questionou a coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, Tailane Muniz, em entrevista à Agência Brasil.
Na terça-feira (4), o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP), Marcelo Werner, afirmou que a operação da Polícia Militar foi planejada e realizada para “salvaguardar a vida da população”. Segundo ele, os policiais foram recebidos a tiros no local, o que resultou no confronto.
Salvador lidera ranking da violência
O Instituto Fogo Cruzado apontou também que Salvador é o município com o maior número de chacinas na Bahia. Desde 2022, foram registradas 63 ocorrências, sendo 46 durante ações e operações policiais.
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Na sequência, aparecem Camaçari, com 16 chacinas, seis delas em ações policiais; Candeias, com sete chacinas, quatro em operações policiais; Lauro de Freitas, com seis chacinas, cinco envolvendo a polícia; e Simões Filho, com quatro chacinas, três delas em ações policiais.