Economia

Após o fim do embargo chinês, preço do boi bate recorde histórico no Brasil

A arroba do boi chegou a R$ 350 para os comerciantes brasileiros

Por Da Redação
Ás

Após o fim do embargo chinês, preço do boi bate recorde histórico no Brasil

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Com fim do embargo da China sobre a carne brasileira, o preço da arroba do boi (aproximadamente 13 kg) no mercado doméstico  chegou a R$ 350 para os comerciantes brasileiros. Essa é a última etapa antes da mercadoria ser vendida nos mercados e feiras. A informação é de um levantamento da consultoria Safras & Mercado, divulgado pela CNN, na terça-feira (1).

O valor da arroba representa um aumento aproximado de 10% nos últimos 45 dias, quando comparado a momentos anteriores ao embargo Chinês.

O preço da arroba vem batendo recordes consecutivos desde dezembro de 2021, quando a China retirou o embargo da carne. Assim que a restrição foi retirada, a alta demanda asiática causou um aumento exponencial, nunca visto, segundo a CNN, nos preços do produto para os estabelecimentos comerciais do Brasil. E a alta é sentida tanto para o varejista, quanto para o consumidor final.

E para os consumidores, o preço está mais salgado ainda: a alta foi de mais de 40%  no valor das carnes de segunda. O acém, por exemplo, registrou um aumento de 21,9% nos últimos dozes. O quilo está custando, em média, R$ 35 para a população. A informação é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)

Dados da Abras mostram ainda que o coxão duro, outro corte de carne de segunda, aumentou 38,9%. Em 2021, o custo máximo foi de R$ 47,98.

“Agora que os chineses voltaram a comprar carne brasileira, o boi gordo foi comercializado ao varejista por um preço recorde aqui no Brasil. Eu nunca vi ser alcançado esse patamar de preços na história do mercado pecuário. É um recorde. Com o fim do embargo, foi registrado um aumento do fluxo de exportação, o que reduziu a disponibilidade interna do produto. Consequentemente, o preço da carne sobe. Exportar gera muito mais receitas do que manter produto no mercado interno, enquanto importar é uma opção ruim em meio a desvalorização do real”, argumentou o consultor especializado em bovinos da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, em entrevista à CNN.

Uma prévia, divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), em janeiro de 2022, mostra que o setor pecuário do país exportou cerca de 140,5 mil toneladas de carne bovina, 24,7% a mais que o mesmo mês de 2021. Os dados foram divulgados na terça-feira (1). 

Iglesias destaca ainda que o preço da carne, futuramente, dependerá da demanda chinesa e do fator cambial. Somente a China representa atualmente 50% de todas as exportações da carne bovina brasileira.

“A expectativa é de uma curva cambial que ainda tende para a desvalorização do real, frente ao dólar, ao longo dos próximos meses. Isso é factível a partir do momento que a gente pensa no ambiente político conturbado do Brasil, nas dificuldades macroeconômicas do país, na dificuldade de controlar inflação e outros aspectos. Tudo isso torna o cenário de exportação interessante. Mas claro também que depende do potencial de consumo chinês, o que deve continuar crescendo”, complementa o especialista.

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