Após suspeitas da PF, exército investiga uso de viaturas em tentativa de golpe

Após suspeitas levantadas pela Polícia Federal, uma investigação interna foi aberta pelo Exército sobre o possível uso de viaturas de batalhões de Goiânia por militares na tentativa de golpe de Estado do fim de 2022, depois da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial.

A apuração é liderada pelo Comando de Operações Especiais , a cúpula dos "kids pretos", chefiada por Andrelucio Ricardo Couto, o general. Todos os batalhões subordinados são alvos da sindicância. Segundo a Folha, o Exército também analisou os registros de entrada e saída de armas dos batalhões de Goiânia, principalmente, do 1º Batalhão de Ações de Comandos.

Em nota, o Exército informou que foi instaurado um procedimento administrativo para verificar o cumprimento das medidas regulamentares para o uso de viaturas no âmbito daquela Organização Militar. Essas suspeitas começaram a surgir depois que a PF identificou que um Fiat Palio, de cor preta, fez na mesma hora os mesmos trechos de ida e volta de Goiânia a Brasília que o carro do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira. 

A PF, então, identificou Rafael como um dos seis membros de um grupo que se articulava com o general da reserva Mario Fernandes para executar um plano para prender ou matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plano seria executado na noite de 15 de dezembro de 2022. No fim da tarde daquele dia, Rafael pegou seu carro e deixou Goiânia rumo a Brasília. O carro do batalhão fez o mesmo. A expedição Triunfo, responsável pela BR 060, fez um relatório que mostra que os carros passaram pelo mesmo trecho da rodovia, no início da noite do dia 15, com seis minutos de diferença.