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Política

"Aqui não tem marinheiro de primeira viagem", diz Padilha sobre articulação política do governo

Declaração foi feita nesta sexta-feira (2), após evento em São Bernardo do Campo

Por Da Redação
Ás

"Aqui não tem marinheiro de primeira viagem", diz Padilha sobre articulação política do governo

Foto: Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, Nesta sexta-feira (2), que "aqui não tem marinheiro de primeira viagem" ao ser questionado sobre a articulação política do governo.As declarações foram dadas durante uma entrevista coletiva após um evento no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde o presidente Lula também estava presente.

"Mar tranquilo não faz bom marinheiro, nós sempre ouvimos todos os posicionamentos dos presidentes das Casas, dos parlamentares, com muita humildade a gente sempre tenta ouvir a base e a oposição". 

Padilha disse que o governo está empenhado em melhorar a articulação política: "O que não muda é a disposição do diálogo para discutir com a base e a oposição a aprovação dos projetos prioritários. Esse é um governo que não cria conflitos, não cria guerra desnecessária, como era feito no governo anterior, e vai manter essa relação de muito respeito com o Congresso Nacional".

Padilha enfatizou ainda que o presidente Lula valoriza a democracia e está sempre aberto para ouvir e interagir.

Críticas e negociações no Congresso

Após uma série de derrotas no Congresso, o presidente Lula pediu compreensão aos apoiadores sobre as negociações do governo com o Legislativo. Durante a inauguração de instalações na Universidade Federal do ABC (UFABC) em São Bernardo do Campo (SP), ele afirmou que, para governar, é preciso "conversar com quem não gosta" do presidente.

Lula explicou as dificuldades enfrentadas para aprovar medidas no Congresso devido à correlação de forças: "A esquerda toda tem, no máximo, 136 votos [de deputados]. Isso se ninguém faltar. Ou seja, nós, para votarmos uma coisa simples, precisamos de 257 votos. Então, de 136, façam a conta aí e vejam quantos faltam. E, para aprovar uma emenda constitucional, é maior ainda o número de deputados que nós precisamos".

Ele ressaltou a necessidade de dialogar com aqueles que não apoiam o governo, enfatizando que é fundamental compreender a complexidade de governar: "Então, é preciso que vocês saibam o esforço que é para governar. É importante que vocês saibam que não é só ganhar uma eleição. Você ganha uma eleição e, depois, você precisa passar o tempo inteiro conversando para ver se você consegue aprovar alguma coisa. Você tem que conversar com quem não gosta da gente. Você tem que conversar com quem não votou na gente".

Diante das recentes derrotas no Congresso, onde a medida provisória da reorganização dos ministérios de Lula foi alterada e propostas criticadas pelo governo avançaram, o presidente Lula reiterou a importância de uma articulação política eficiente para alcançar os objetivos do governo.

Taxa de juros

Durante o evento, Lula também criticou a alta taxa de juros no país, atualmente em 13,75% ao ano. O presidente enfatizou que o pagamento de juros para o sistema financeiro é um "gasto" que poderia ser destinado a investimentos em educação e prejudica o crescimento econômico.

Essa questão tem gerado debates entre Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Enquanto Lula defende a redução da taxa de juros, Campos Neto afirma que a instituição atua de forma técnica, considerando a inflação ao fixar a Selic. Vale ressaltar que o Banco Central é um órgão autônomo desde 2021.

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