“Atrasos de intervenções” comenta Barroso sobre caso na Bolívia
Presidente do STF, Barroso viu notícia sobre golpe militar na Bolívia e citou tristeza devido o golpe
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou nesta quarta-feira (26), tristeza com o episódio envolvendo a invasão na Bolívia. A declaração foi dada em conversa com jornalistas na saída da Corte, em Brasília, depois do julgamento que descriminalizou a maconha no Brasil. “É triste que a América Latina não consiga superar os ciclos do atraso das intervenções militares”, afirmou.
A declaração aconteceu depois o general Juan José Zúñiga anunciar um golpe de Estado na Bolívia. Militares cercaram o Palacio Quemado, sede do governo boliviano. O comandante do Exército se deslocou para o local em um tanque de guerra.
Quando chegou à sede do governo, o militar exigiu “mudança de gabinete” e tentou entrar no local em um veículo blindado.
“O país não pode mais seguir assim”, disse Zúñiga a repórteres na Praça Murillo, próximo ao palácio presidencial em La Paz.
“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, afirmou Arce em publicação no X, antigo Twitter.
Já o ex-presidente da Bolívia Evo Morales foi mais firme nas palavras e afirmou que o Exército estaria “gestando” um golpe no país.
“Gesta-se o golpe de Estado”, escreveu Morales em seu perfil no X, antigo Twitter. “Neste momento, pessoal das Forças Armadas e tanques se mobilizam na Praça Murillo”, ressaltou em uma postagem com um vídeo mostrando soldados se movendo na capital La Paz.
Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores emitiu nota, nesta quarta-feira (26/6), condenando “nos mais firmes termos a tentativa de golpe de estado em curso na Bolívia”. O Itamaraty também afirmou que dialoga com “as autoridades legítimas bolivianas”.
Veja a nota completa:
“O governo brasileiro condena nos mais firmes termos a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia, que envolve mobilização irregular de tropas do Exército, em clara ameaça ao Estado Democrático de Direito no país. O governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao Presidente Luis Arce e ao Governo e povo bolivianos. Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região. Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul, sob a égide do Protocolo de Ushuaia.”