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Auditoria questiona elo do DPVAT com pessoas próximas a ministro do STF

Relatório, que se refere às contas de 2008 a 2017 da Líder

Por Da Redação
Ás

Auditoria questiona elo do DPVAT com pessoas próximas a ministro do STF

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Auditoria realizada nas contas da seguradora Líder, gestora do DPVAT (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres), identificou procedimentos questionáveis da empresa e que potencialmente violam a lei anticorrupção. 

Dentre as práticas questionadas pelos auditores da consultoria KPMG, responsável pelo documento, está o envolvimento da Líder com pessoas próximas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pagamentos a empresas cujos sócios têm (ou tiveram) ligações com os magistrados da Corte.

O relatório, que se refere às contas de 2008 a 2017 da Líder, foi obtido pelo jornal Folha de S.Paulo, que afirma ainda que a auditoria foi encomendada pela atual direção da Líder.

Uma das conexões entre a Líder e pessoas ligadas a autoridades questionada pela auditoria é a relação da seguradora com o advogado Mauro Hauschild, que atuou como assessor do ministro do STF Dias Toffoli – hoje presidente do Supremo.

Outra conexão encontrada da Líder que foi questionada pelos auditores é com o escritório de advocacia Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça e Associados. O advogado Rafael Barroso Fontelles, um dos sócios, é sobrinho do ministro do STF Luís Roberto Barroso. Além disso, o ministro era sócio do escritório até 2013, quando foi indicado para o Supremo. 

Outro ponto questionado pela auditoria é o apoio financeiro feito pela Líder para um seminário sobre seguros promovido em São Paulo pela Associação dos Magistrados Brasileiros e Escola Nacional de Seguros no ano de 2011. Evento no qual os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski participaram do seminário.

Sobre os citados

A atual direção da seguradora Líder confirmou ao jornal que encomendou a auditoria e que, após receber o relatório, adotou medidas para seguir as recomendações da KPMG. Já Dias Toffoli, se manifestou por meio de nota enviada pela assessoria, onde disse que seu ex-assessor Mauro Hauschild já não atuava no gabinete do ministro no período citado. “Entendo que, por isso, não há o que comentar.”

O ministro Ricardo Lewandowski, por meio de sua assessoria, informou que ele não tem nenhuma relação com a Líder.

A assessoria do ministro Luís Roberto Barroso informou que ele “se desligou inteiramente do seu antigo escritório ao tomar posse no STF, em junho de 2013, com ele não mais mantendo qualquer relação. Após a sua saída, o escritório, inclusive, mudou de nome. O ministro não atuou em nenhum dos casos do DPVAT, tendo se dado por impedido".

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