Auxílio emergencial e salário mínimo
Confira o nosso editorial deste sábado (6)
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Foto: Reprodução / Agência Brasil
O salário-mínimo passou a valer R$ 1,1 mil desde o dia 1º de fevereiro. Era R$ 1.045, ou seja, um pequeno reajuste de 5,26%, que leva em consideração o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a novembro e a variação estimada do mercado financeiro para o índice em dezembro de 2020.
Além do reajuste pífio a bolso do brasileiro, o panorama econômico também é tensionado pela pandemia da covid-19 e pelo fim do auxílio emergencial, apesar de discussões da equipe econômica do governo federal e o Congresso sinalizarem, na sexta-feira (5), a liberação do auxílio emergencial em um novo formato que possa respeitar o teto de gastos públicos.
É complexo o panorama da economia nacional sem o auxílio, e o impacto às famílias, ainda em meio à pandemia, é preocupante.
Grande parte dos informais perderam seu emprego e passaram a receber o auxiliar emergencial ainda não voltou para o mercado de trabalho. Estima-se que pouco mais 30% tenha retornado. Numa situação de segunda onda da pandemia, a geração de postos de trabalho fica prejudicada. Logo essas pessoas estão sem renda, provavelmente vivendo de doações/caridade.
Outra agravante no cenário da população sem auxílio é um efeito cascata da baixa injeção de dinheiro no comércio e serviços das cidades. Estabelecimentos ficam sem compradores, visto que essa renda está deixando de circular na economia. Se esses estabelecimentos não tiverem para quem vender, a tendência é aumentar o desemprego.
Numa eventual volta do auxílio, que deve ser menor até mesmo do que os R$ 300 dos últimos meses, alguns especialistas acham que se trata de um mal sinal à economia. Talvez seja mesmo um valor menor, pois significa menor demanda (compradores) e se tiver menos gente para comprar a atividade econômica não decola. Ao contrário, tende a cair.
A questão do auxílio e a inflação subindo, no entanto, são distintas. O auxílio tem relação com medida protetiva da renda, pois as pessoas deixaram de receber por causas das medidas de distanciamento social para o combate a pandemia.
A inflação tem outras causas, dentre elas, a mais importante é a subida do dólar. Que encarece todos os componentes importador e estimula o produtor a vender no mercado externo, como no caso do arroz.