Azul entra na justiça com pedido de recuperação judicial nos EUA

A Azul Linhas Aéreas divulgou um comunicado nesta quarta-feira (28) o qual informou a entrada no pedido de recuperação judicial nos Estado Unidos (EUA), o chamado Chapter 11. Com auxílio da recuperação judicial, a empresa deve receber um financiamento de US$ 1,6 bilhão e até US$ 950 milhões em novas contribuições de capital.

O Chapter 11 é uma ferramenta jurídica da Lei de Falências dos EUA. Ele é solicitado para suspender a execução de dívidas e permitir que a empresa proponha um plano de reestruturação financeira e operacional, para se recuperar de possíveis crises. No caso da Azul, o planejamento é de eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas.

Empresas brasileiras também já chegaram a recorrer à ferramenta para reestruturar as dívidas, como no caso da Latam e Gol.

A expectativa é que o processo seja finalizado entre o fim deste ano ou início de 2026, com apoio dos parceiros estratégicos, como a United Airlines e American Airlines, e dos principais credores, como a AerCap, que disponibiliza grande parte das aeronaves para a empresa. A dívida com a AerCap representa 60% do total de leasings das aeronaves.

A Azul divulgou que o financiamento de US$ 1,6 bilhão via DIP, mecanismo de aporte financeiro usado por companhias em recuperação judicial, já está acertado. Com o valor, a empresa deve começar a refinanciar algumas dívidas e adquirir cerca de US$ 670 milhões em liquidez ao longo do processo.

Além de uma oferta de assinada de ações no valor de US$ 650 milhões prevista para auxiliar a quitar parte do empréstimo, a empresa deve contar com um investimento adicional de até US$ 300 milhões de forma combinada entre United Airlines e American Airlines.

O processo de recuperação judicial ocorre em cinco fases; confira:

Pedido de reestruturação: momento em que a empresa entra na justiça e solicita proteção contra credores;

Audiência inicial: a empresa estabelece a estrutura legal inicial para o processo, a qual deve passar por aprovação da justiça para saber se será possível reorganizar a companhia e operações;

Desenvolvimento do plano: a companhia se reúne com investidores e parceiros, e elabora um plano para melhorar a saúde financeira;

Votação do plano: os credores avaliam se o plano de reestruturação é sustentável e em seguida votam pela aprovação ou desaprovação. 

Conclusão: após a empresa conseguir se reorganizar, ela costuma sair do Chapter 11 com um poder econômico maior e com autonomia reforçada.

Empresa seguirá com serviços e clientes não serão prejudicados

A Azul planeja seguir com as operações, atendimento de clientes e tripulação, incluindo novos planos de rotas para a Europa em duas semanas. A empresa ainda ressaltou que as operações e vendas de bilhetes seguem normalmente, sem alterações para os passageiros.

O programa de fidelidade também não foi afetado. Benefícios e opções de resgate de pontos estão mantidos.