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Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água nos últimos 30 anos

Ao considerar as ações humanas, a redução foi de 4%

Por Da Redação
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Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água nos últimos 30 anos

Foto: Reprodução

A Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água natural entre os anos de 1985 e 2020, segundo dados da iniciativa MapBiomas, a pedido do Plano Nordeste Potência. Ao considerar as ações humanas, a redução foi de 4%, sendo as maiores perdas no Alto e no Baixo São Francisco, 19% e 21% respectivamente.

Somente a ação humana pode ser insuficiente para manter o recurso na região, especialmente considerando cenários de redução de chuva previstos para os próximos anos. “A criação de reservatórios aumenta a superfície de água, no entanto temos observado uma tendência de perda de água nos principais reservatórios, além da perda de superfície de água natural significativa na bacia do Rio São Francisco, isso favorece um cenário de crise hídrica”, observou Carlos Souza Jr., coordenador do MapBiomas Água

De acordo com o estudo, grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos. A menor foi registrada na hidrelétrica Luiz Gonzaga, entre Pernambuco e Bahia, seguida por Sobradinho, Três Marias e Xingó. 

“Esses números refletem o que nós podemos ver na prática. A Bacia do São Francisco sofre com o uso intenso e sem planejamento, seja dos recursos hídricos quanto do seu solo. Hoje existem populações que vivem nessa região e que já sofrem com essas variações. Precisamos implementar soluções como a recuperação das áreas degradadas o mais rápido possível, além de promover uma boa gestão dos recursos”, afirma Renato Cunha, coordenador executivo do Gambá (Grupo Ambientalista da Bahia).

Outros dados do MapBiomas mostram que o uso da terra na bacia se intensificou no período. Atualmente, a cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a somente 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco.

As regiões do Baixo e Submédio São Francisco apresentam as maiores taxas de aumento de áreas de pastagem, 50% e 85% respectivamente. No Médio São Francisco, o destaque é para o aumento de 650% da agricultura, principalmente para a expansão da soja nos últimos anos. Já na região do Alto São Francisco, a silvicultura cresceu 400%.

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