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Baixa atratividade e más condições de trabalho desafiam a formação de professores no Brasil

Estudo revela que cerca de 20% dos estudantes de licenciatura não desejam atuar como professores, devido à remuneração e condições de trabalho insatisfatórias

Por Da Redação
Ás

Baixa atratividade e más condições de trabalho desafiam a formação de professores no Brasil

Foto: Agência Brasil

Cerca de um quinto dos estudantes no último ano dos cursos de licenciatura no país não tem a intenção de trabalhar como professores. Para especialistas em educação, a baixa remuneração e as más condições do trabalho docente fazem com que os concluintes busquem outras áreas para atuar. 

De acordo com um questionário aplicado para os estudantes inscritos para fazer o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2021, que avaliou as licenciaturas nas áreas de ciências humanas, biológicas e exatas, 19% dos concluintes de licenciatura afirmam não ter vontade de atuar no magistério. Desse total, 14% não querem a docência como função principal, enquanto 5% descartam totalmente a carreira. Além disso, outros estudantes ainda não decidiram se seguirão na profissão.

A falta de atratividade da carreira docente tem sido apontada como um dos principais desafios da educação brasileira. O ministro Camilo Santana estabeleceu um grupo de trabalho com o objetivo de propor mudanças na estrutura curricular das licenciaturas e formas de incentivar mais jovens a ingressar e permanecer nesses cursos.

Estudos anteriores já alertaram para o risco de déficit de professores no futuro. Segundo o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), com base em dados do Ministério da Educação, se o ritmo atual de formação de licenciados se mantiver, a educação básica brasileira poderá enfrentar uma falta de 235 mil docentes até 2040.

A pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) realizada em 2018 também evidenciou a baixa atratividade da carreira docente no Brasil. Apenas 2,4% dos alunos de 15 anos manifestaram interesse em se tornar professores, colocando o país com o menor percentual entre os países pesquisados.

Os dados do Enade revelam que a vocação é apontada como a principal motivação para a escolha do curso de licenciatura por 35% dos concluintes. No entanto, 3% afirmam que optaram pela licenciatura por falta de condições financeiras para cursar outra área, e 2% afirmam que não havia opção de bacharelado na área.

As más condições de trabalho e a falta de reconhecimento profissional são alguns dos fatores que desestimulam os licenciados a seguir a carreira docente. A realidade da profissão, marcada por baixos salários e falta de condições adequadas de trabalho, contribui para que muitos optem por outras áreas. 

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