Banco Central cobra política fiscal 'crível' e transparência do governo
Ata da última reunião do Copom que elevou a taxa de juros foi divulgada nesta terça-feira (24)
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
O Banco Central divulgou, nesta terça-feira (24), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na última quarta-feira (18), e que elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), para 10,75% ao ano.
No documento, o BC indicou que recorreu ao déficit sobre as contas públicas para justificar a recente elevação da taxa básica de juros. Além disso, a ata confirma a expectativa de novos ajustes na Selic, porém, mantém indefinido tanto o tamanho do aumento, quanto o patamar que a taxa pode alcançar até o fim do ciclo.
O Copom reforçou a necessidade de uma política fiscal previsível e transparente. Por outro lado, ressaltou a exigência de uma política fiscal “crível“, baseada em regras claras e que “reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos”. Segundo o comitê, isso é importante para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco nos mercados financeiros.
Aumento taxa de juros
Na última quarta (18), o Copom subiu a Selic em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 10,75% ao ano. Essa foi a primeira alta em mais de dois anos.
O documento destaca que o Copom optou por um início gradual no ciclo de alta de juros para “se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados” e permitir que os “mecanismos de transmissão” da política monetária comecem a surtir efeito.
Apesar disso, não houve comprometimento por parte do comitê em dar continuidade nesse ritmo, indicando que o “ritmo de ajustes” e a “magnitude total” dependerão da evolução da inflação, das expectativas do mercado, do desempenho econômico e dos riscos envolvidos.