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Barroso afirma que atos de 8 de janeiro representam "a mais profunda e desoladora derrota do espírito"

Declaração foi dada em ato no STF que marca um ano da invasão dos três poderes

Por Da Redação
Ás

Barroso afirma que atos de 8 de janeiro representam "a mais profunda e desoladora derrota do espírito"

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta segunda-feira (8), que os atos do dia 8 de janeiro de 2023 foram cometidos por “extremistas que não velam pela democracia". Barroso também afirmou que a invasão à sede dos três poderes representaram "a mais profunda e desoladora derrota do espírito"  e que o momento atual é de uma "verdadeira pacificação da sociedade".

As falas foram durante ato no STF para marcar um ano dos atos que depredaram as sedes dos Três Poderes, e a inauguração de uma exposição sobre os atos.

Barroso declarou ter ficado impressionado com os relatos de que, após os atos, as pessoas os criminosos "ajoelhavam-se no chão e rezavam fervorosamente".

"Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da Pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional. O que assistimos aqui foi a mais profunda e desoladora derrota do espírito."

Para o ministro, os atos remetem a um “país que não queremos". "Jamais esqueceremos! E estamos aqui para manter viva a memória do episódio que remete ao país que não queremos. O país da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não parece com o Brasil."

Barroso também lamentou  a destruição de parte do acervo cultural e histórico do STF, e afirmou que "nenhum juiz fica feliz ao condenar uma pessoa", mas que a punição aos manifestantes é necessária para "desestimular as pessoas de delinquirem".

A presidente do STF na época dos atos, a aposentada  ministra Rosa Weber, também discursou na cerimônia e disse que o 8 de janeiro se consolidou como "marca indelével na história da democracia".

Rosa Weber ressaltou que a data precisa ser lembrada como um marco na resistência da democracia.

"8 de janeiro de 23 há de se constituir o dia da infâmia. A outra face é o dia da resistência da democracia, que continuará sempre inabalada. Deixa como lição a necessidade do cultivo da democracia constitucional, na defesa sempre do nosso estado de direito. É preciso cultivar o jardim da democracia, na defesa intransigente das instituições democráticas", afirmou.

Diversas autoridades compareceram à cerimônia, entre elas:

  • os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes, e os ministros aposentados Ricardo Lewandowski e Rosa Weber;
  • o ministro nomeado para o STF e ex-ministro da Justiça Flávio Dino;
  • o procurador-geral da República, Paulo Gonet;
  • os presidentes do STJ, Maria Thereza de Assis Moura; do STM, Joseli Camelo;
  • os ministros Jorge Messias (AGU) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais)
  • a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão;
  • o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.

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